Da Redação 18/07/2005 – As indústrias de saúde animal, que previam para o ano uma expansão entre 5% e 8%, cresceram 10,2% no primeiro semestre, atingindo receita de R$ 1,05 bilhão, e esperam manter o ritmo de crescimento no ano, segundo o Sindicato Nacional da Industria de Produtos para Saúde Animal (Sindan).
Emílio Salani, presidente da entidade, diz que os principais fatores para esse desempenho são a expansão das vendas de vacinas contra febre aftosa, a inclusão das vacinas contra brucelose e raiva no programa de selagem do Ministério da Agricultura e as vendas aquecidas no setor de aves.
“Com os casos de febre aftosa do Amazonas e Pará no ano passado, os produtores entenderam que o investimento em sanidade é necessário”, afirma Salani. Ele afirma que também cresceu a preocupação das granjas com a sanidade para evitar a entrada de doenças como a gripe aviária no país.
Segundo a Central de Selagem de Vacinas (CSV), constituída por iniciativa privada e Ministério da Agricultura, as vendas de vacinas contra febre aftosa no primeiro semestre foram de 166,2 milhões de doses, 2 milhões a menos que no mesmo período de 2004. O resultado foi associado à postergação da vacinação no Pará para o segundo semestre. O Estado tem 15 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos. O Sindan prevê para o ano vendas 3,4% maiores que em 2004, para 360 milhões de doses.
Por conta do mercado aquecido, algumas empresas estão elevando investimentos no Brasil. A Merial Saúde Animal, líder do setor com 11% de participação, anunciou em março aporte de US$ 9,1 milhões, mas decidiu ampliar o desembolso para US$ 11 milhões até 2006, com aplicação de novos US$ 1,4 milhão na linha de aves e outros US$ 1 milhão na área de medicamentos para eqüinos.
Carlos Honorato, diretor de operações da empresa, informa que as vendas cresceram 8% no primeiro semestre, graças à maior demanda por produtos para bovinos e aves. “O objetivo da expansão é atender aos mercados interno e externo”, diz Honorato. Em 2004, a Merial tornou o Brasil pólo exportador de uma linha de antiparasitários que é seu carro-chefe e de vacinas para aves. Para o ano, a empresa espera crescer 3,5% sobre os R$ 235 milhões obtidos em 2004.
A brasileira Vallée, uma das maiores do setor, também vai investir em uma nova fábrica em Montes Claros (MG) para produzir novas linhas para pecuária. O valor do investimento é mantido em sigilo. Luís Fernando Almeida, gerente de marketing, diz que a decisão deve-se ao crescimento de 10% nas vendas no primeiro semestre. “Há uma perspectiva de expansão do setor pecuário tanto no mercado interno como no exterior, e a empresa pretende acompanhar esse avanço”, afirma Almeida. Ele estima para o ano um aumento na receita de até 10% sobre os R$ 160 milhões registrados em 2004.
Conforme já divulgou o Valor, a divisão de saúde animal da americana Schering Plough espera crescer 14% no ano, para R$ 204 milhões, graças às vendas maiores para as áreas de bovinos e suínos. No primeiro quadrimestre, a empresa cresceu 17%. A americana Pfizer cresceu 16% no setor de saúde animal no primeiro semestre, e a previsão é fechar o ano com crescimento acima de 10%. A empresa planeja investir US$ 280 milhões em novos produtos e na planta de Guarulhos (SP), para torná-la plataforma de exportação. A americana Elanco, divisão da Eli Lilly, também está investindo US$ 3 milhões na unidade de Cosmópolis (SP), para ampliar a produção de medicamentos para aves e bovinos.