Redação (10/02/2009)- As empresas brasileiras estão apreensivas com os efeitos da crise financeira mundial. O setor mais preocupado com o futuro da economia é o agropecuário, seguido pela indústria. O segmento de comércio e serviços se mostra mais confiante em relação aos desdobramentos da crise.
As avaliações constam da pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) com 115 entidades representativas e que correspondem a 80,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. A pesquisa chamada Sensor Econômico será divulgada mensalmente.
O Sensor é formado por uma escala de +100 a -100 pontos. As entidades consultadas vêem o futuro com "apreensão": a média ficou em 6,78 pontos. As avaliações são classificadas em "otimismo" (de +100 a +60 pontos), "confiança" (de +60 a +20), "apreensão" (de +20 a -20), "adverso" (de -20 a -60) e "pessimismo" (de -60 a -100).
Segundo o indicador do Ipea, o setor de comércio e serviços e da indústria acredita em um crescimento do PIB em 2009 entre 1,6% e 4% em 2009. Já o setor agropecuário demonstra pessimismo: o Brasil não crescerá mais que 1,5%.
O Sensor Econômico é realizado em todo território nacional. O Ipea enviou um questionário com 24 questões objetivas na segunda semana do mês de janeiro para as empresas com atividades diversas dos setores da atividades, da agricultura, da indústria, do comércio e serviços, e de trabalhadores.
O estudo questiona as entidades sobre suas perspectivas nas áreas sociais. Nestes quesitos, os setores também se mostraram apreensivos. As indústrias vêem uma situação "adversa" em relação à contratação de empregados (-35,4 pontos). Já os comerciantes se mostram apreensivos quanto a desigualdade social (-8,8%).
As entidades consideraram que o desempenho das empresas em 2009 deve ser apreensivo (-11,87 pontos). O único indicativo que aparece com melhor índice na pesquisa do Ipea são os parâmetros econômicos: os consultados demonstraram estar confiantes com o futuro (42,10 pontos).