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Exportação

Soja à China

Oleaginosa deve garantir à China liderança mensal nas exportações do Brasil nos próximos meses, segundo a AEB.

Soja à China

A China deverá recuperar novamente a liderança como destino das exportações mensais do Brasil nos próximos meses, após perder o posto para os EUA desde outubro do ano passado, segundo acredita José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).

Segundo ele, o mercado norte-americano não deverá acompanhar o aumento esperado de 11% para as vendas externas brasileiras este ano. Além disso, o executivo explica que a posição de líder da China nos resultados mensais das vendas externas, conquistada em abril de 2009, só foi perdida a partir do quarto trimestre do ano passado por causa da redução dos embarques de soja, que deverão ser retomados com mais força agora, quando sazonalmente aumentam as vendas externas do produto.

De acordo com Augusto de Castro, os números mostram claramente a estagnação no comércio entre Brasil e Estados Unidos desde o início do governo Lula. Segundo ele, enquanto em 2002, um ano antes do novo governo, os EUA eram destino de 25% das exportações do País, em 2009 a fatia tinha caído a 10%. Além disso, enquanto em 2009, sobre 2002, as exportações totais do Brasil tinham subido 153%, as vendas com destino aos EUA subiram 1,5%.

Segundo Augusto de Castro, como “nada mudou” em relação às promoções comerciais do Brasil para os EUA nos últimos meses e prossegue, ainda que em escala mais branda, a crise econômica que ainda assombra a economia americana, a China vai retomar logo o posto de líder como destino das nossas vendas externas, como ocorreu entre abril e setembro do ano passado e no acumulado de 2009.

Para se ter uma ideia do potencial de crescimento da participação chinesa no total das exportações brasileiras nos próximos meses, basta saber que, enquanto no primeiro bimestre deste ano as vendas de soja em direção aquele país totalizaram, em valor, US$ 95,5 milhões, em abril de 2009, por exemplo, quando o País tomou a dianteira no destino das vendas externas do Brasil, totalizavam dez vezes mais, ou US$ 961 milhões.

Ele lamenta que, segundo a sua avaliação, o governo brasileiro não esteja investindo em promoções comerciais junto ao mercado dos EUA que, de acordo com ele, acumula cerca de US$ 2 trilhões anuais em importações. “É um supermercado. A China compra basicamente nossas commodities”, afirmou.