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Soja depende de Chicago (EUA)

<p>No Brasil, mercado da oleaginosa é influenciada por novas reações nos EUA e por um mínimo de estabilidade do câmbio.</p>

O fato do USDA ter reajustado a colheita nos EUA de 88,45 para 90,34 milhões toneladas acabou não prejudicando a sustentação dos preços da soja em Chicago nestes últimos dois dias. Nesta quarta-feira os preços oscilaram pouco, com o mercado externo em claro ritmo de calmaria. O contrato de maio de 2010, o qual fechou ontem a US$ 9,77/bushel (- 0,41%), oscila hoje entre a mínima de US$ 9,75/bushel (- 0,2%) a até a máxima de US$ 9,95/bushel (+ 1,84%). Ou seja, a barreira dos US$ 10/bushel ainda não está descartada para o curto prazo, mas obviamente com maiores dificuldades para ser rompida de forma sustentável. Além do surpreendente reajuste realizado pelo USDA, o clima nesta semana nos EUA continua seco em boa parte das áreas produtoras. As temperaturas também se elevaram, afastando o risco do frio e de geadas sobre as lavouras. A colheita da soja no país avançou bastante na semana passada, tendendo a caminhar para o final já nestes próximos dias. Por isso, a possibilidade de uma grande reação de preços em Chicago fica aparentemente descartada para o curto prazo.

De outro lado, as condições climáticas no Brasil e na Argentina continuam excepcionais em termos de chuvas. A sinalização de prêmios de exportação para a entrada da próxima safra brasileira continua levemente negativa. Nesta quarta-feira, o contrato de maio de 2010 na BM&F oscilou ao redor de US$ 21,59/sc (Paranaguá), cerca de R$ 37,16 a saca ao presente câmbio. Em média, nos últimos dez pregões, o deságio deste contrato em relação a Chicago oscilou ao redor de US$ 1 por tonelada. A depender, portanto, dos prêmios de exportação, as chances são quase nulas de alguma recuperação acentuada de preços para a entrada da nova safra brasileira.

Isto indica que os produtores brasileiros vão dependendo de novas reações em Chicago e de um mínimo de estabilidade do câmbio. Além das boas condições climáticas na região sul-americana, outra pressão ao mercado interno origina-se constantemente do câmbio doméstico, o qual voltou a testar hoje um nível muito próximo da barreira de R$ 1,700 de dólar. Especificamente para Goiás, o suporte de R$ 30 a saca para maio de 2010 continua levemente ameaçado por esta depreciação cambial.

A análise de mercado do soja é produzida diariamente pela Gerência de Estudos Técnicos e Econômicos da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg).