A desvalorização do dólar em relação a outras moedas no mercado internacional foi a principal responsável pelos movimentos financeiros que resultaram na alta das cotações da soja ontem na bolsa de Chicago. Outras commodities, inclusive não agrícolas como petróleo e ouro, também encontraram sustentação na erosão da moeda americana, que no caso do grão interrompeu uma pequena sequência de dois dias de queda.
Os contratos com vencimento em janeiro encerraram a sessão em Chicago negociados a US$ 10,8150 por bushel, ganho de 17,50 centavos de dólar (1,64%) em relação à véspera. Mas, depois do tombo de sexta-feira e da baixa moderada de segunda, a variação acumulada em outubro ainda é negativa em 3,07%. Ainda assim, cálculos do Valor Data apontam que a valorização acumulada dos futuros de segunda posição de entrega em 2010 é de 3,15%, e que nos últimos 12 meses a alta desses papéis chega a 21,41%.
Mesmo que o dólar tenha sido a principal influência para o salto de ontem, os reflexos do fenômeno climático La Niña sobre as safras que já começaram a ser plantadas no sul da América do Sul voltaram a preocupar os traders. Do fim da semana passada até segunda-feira, o mercado foi mais imediatista e as chuvas que caíram sobre regiões produtoras do Centro-Oeste brasileiro e da Argentina, ainda que irregulares, ajudaram a pressionar as cotações. Mas o risco de que as estiagens normalmente geradas pela La Niña prejudique as lavouras até o início de 2011 voltou a ganhar espaço.