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Grãos

Soja fecha em alta na Bolsa de Chicago, mesmo com chuvas na Argentina

Trigo também subiu com otimismo sobre demanda pelo cereal americano

Soja fecha em alta na Bolsa de Chicago, mesmo com chuvas na Argentina

Ignorando os fundamentos de clima, a soja fechou o dia em alta na bolsa de Chicago. Os contratos com vencimento para março, que são os mais negociados, fecharam em alta de 0,94%, a US$ 15,0250 por bushel, e os papéis para maio subiram 0,67%, a US$ 14,9650 por bushel.

A soja subiu a despeito do clima favorável na Argentina, que vinha pressionando as cotações nos últimos dias. Ismael Menezes, sócio da MD Commodities, diz que o mercado já precificou boa parte das perdas na safra do país vizinho.

Historicamente, lembra ele, os meses de janeiro e fevereiro são períodos de alta para os preços em Chicago.

Por outro lado, Menezes diz que a previsão ainda é de uma safra abundante no Brasil e em outras regiões da América do Sul, como o Paraguai. “Se somarmos as produções nestes dois países, temos um acréscimo de 28 milhões de toneladas em relação à última safra. Muitos estão discutindo qual será o tamanho da produção na Argentina, mas se esquecem desse grande volume que vamos ter. Por isso vejo um cenário de pressão para a soja, que pode cair US$ 1 por bushel até abril”, projeta.

Trigo

O trigo também fechou em alta. Os papéis do cereal para março, os mais negociados, avançaram 0,92%, a US$ 7,4125 por bushel, e os lotes para maio fecharam em alta de 0,91%, a US$ 7,49 por bushel. De acordo com a consultoria Granar, os preços subiram com o otimismo dos investidores de que o trigo americano ganhe competitividade no mercado internacional, com uma relação vantajosa na paridade do euro em comparação com o dólar.

“Nesse sentido, o relatório de amanhã do USDA [Departamento de Agricultura dos EUA] sobre as vendas líquidas de trigo pode trazer dados que apontam para uma demanda mais aquecida”, disse a consultoria, em relatório.

Ainda de acordo com a Granar, o impulso às cotações veio dos desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia. Os Estados Unidos e a Alemanha anunciaram hoje o envio de tanques para apoiar os militares ucranianos contra a ofensiva russa.

O apoio do Ocidente coloca em alerta os investidores, pois aumenta as preocupações de um conflito nuclear e pode também prejudicar o acordo para exportações de grãos pelo Mar Negro, firmado entre russos e ucranianos em julho do ano passado.

Milho

Nas negociações do milho, os contratos para março, os mais líquidos na bolsa de Chicago, fecharam em queda de 0,33%, a US$ 6,7475 por bushel, e os que vencem em maio recuaram de 0,30%, a US$ 6,67325 por bushel. Além da previsão de chuvas na Argentina, o ritmo menor dos embarques americanos pressionou os preços, segundo Ismael Menezes, da MD Commodities. “O ritmo das exportações americanas está muito aquém do esperado. Isso pode pesar na decisão do USDA para um aumento nos estoques finais dos EUA neste ciclo e em 2023/24. Isso tem um impacto muito grande nas cotações em Chicago”, ressalta.