A soja deve continuar como o principal produto de exportação brasileira daqui a 10 anos, segundo estimativa apresentada hoje pelo Ministério da Agricultura. Nesse período, no entanto, espera-se um incremento de 37,2% nas vendas, passando de 27,6 milhões de toneladas na safra 2008/2009 para 37,87 milhões de toneladas no ciclo 2019/2020.
O coordenador-geral de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, José Garcia Gasques, afirmou, porém, que a estimativa de crescimento para daqui a 10 anos foi afetada negativamente em razão dos impactos da crise financeira internacional. “Este porcentual de crescimento poderia ser maior”, assegurou. Para ele, mais da metade da expansão da área de soja plantada no Brasil nos próximos 10 anos, o que deve significar um incremento de 2,5 milhões de hectares, deve ocorrer no Estado de Mato Grosso.
Além da soja, devem apresentar aumento nas exportações o açúcar (passando de 21,14 milhões de toneladas para 32,20 milhões de toneladas, um aumento de 52,3%), etanol (de 4,68 bilhões de litros para 15,12 bilhões de litros – expansão de 223%), farelo de soja (de 12,3 milhões de toneladas para 13,64 milhões de toneladas, aceleração de 10,9%) e celulose (de 7,04 milhões de toneladas para 11,08 milhões de toneladas, crescimento de 57,39%).
No caso do milho, a exportação deve passar de 7 milhões de toneladas para 12,62 milhões de toneladas, um acréscimo de 80,3%. “Devemos nos manter como o segundo maior produtor mundial, mas a tendência é que fiquemos mais expressivos”, disse Gasques, lembrando que os Estados Unidos deverão se manter na liderança.
“As exportações brasileiras podem crescer a um ritmo de 4%, 5% e até 6% ao ano”, disse o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Ele apontou alguns produtos que devem apresentar “crescimento extraordinário” no período de 10 anos, além de açúcar e álcool, como carne bovina (de 1,690 milhão de toneladas para 3,090 milhões de toneladas, um aumento de 82,8%) e, em especial, aves (de 3,55 milhões de toneladas para 6,09 milhões de toneladas, acréscimo de 71,5%).
As projeções foram elaboradas pelo ministério a fim de obter alguma sinalização sobre o futuro. Elas foram confeccionadas com base em 23 produtos que praticamente totalizam a renda da produção agrícola. As estimativas apresentadas hoje, segundo Gasques, são as mais conservadoras obtidas nos estudos do ministério.