O mercado de clima que começa a imprimir ritmo aos negócios com a soja, principalmente no Estado, pode ser visto no volume de soja da nova safra já comercializado pelos produtores mato-grossenses que só iniciam a formação das novas lavouras a partir da segunda quinzena de setembro. Conforme boletim semanal do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), divulgado nesta segunda-feira (26), cerca de 15,6% da nova temperada já estão comprometidos, contra 12,5% em igual período de 2009.
“Os bons ganhos em Chicago, especialmente no contrato marco que saiu de US$ 9,220/bushel do inicio de julho para rondar a casa dos US$ 9,90/bushel, foi motivo suficiente para a evolução mensal de 5% nas negociações. Os negócios vistos para a nova safra ficaram entre US$ 16,50/sc e US$ 17/sc em Campo Verde, em US$ 16,50/sc em Sapezal e entre US$ 15/sc e US$ 15,66/sc em Nova Mutum, todos para entrega física em fevereiro de 2011”, observa o Boletim.
Considerando as estimativas para a nova temporada mato-grossense, a negociação futura atinge pouco mais de 2 milhões de toneladas, já que o próprio Imea estima área de 6,09 milhões de hectares e produção de 18,28 milhões de toneladas, ambos com reduções em relação à safra 09/10 de 2% e 2,8%, respectivamente.
Em Chicago as especulações sobre o clima nas lavouras norte-americanas, os baixos estoques mundiais de soja e o contínuo apetite chinês têm segurado as cotações. Todos os contratos continuam abaixo do primeiro vencimento que ronda a casa dos USS$ 10 o busheel desde o início de julho. Já o contrato setembro, que vinha se mantendo à frente dos demais contratos, acabou ficando abaixo nesta semana. O contrato março iniciou a semana cotado a US$$ 9,83/bushel e encerrou valendo US$ 9,93/bu. A cotação do dólar encerrou a semana a R$ 1,77. O mercado de clima é um período de muita especulação sobre o desenvolvimento das lavouras norte-americanas, como já antecipado na semana passada pelo Diário. De agora até os próximos 60 dias, mais ou menos, qualquer estiagem severa ou chuvas em excessos nos Estados Unidos, são motivos de sobra para ampliar a volatilidade das cotações e com isso, altas e baixas repentinas e sem muitos fundamentos.
Exportações – No primeiro semestre de 2010, Mato Grosso exportou 6,6 milhões de toneladas de soja para deferentes destinos. A participação mais intensa continua sendo da China, que mesmo comprando 20% a menos que no mesmo período do ano anterior comprou 4,3 milhões de toneladas. O segundo maior comprador do grão mato-grossense é a Espanha, que também reduziu suas compras em relação a 2009 em 52%, participando este ano com 7% das exportações do grão do Estado. Para a Holanda foram embarcadas, nos seis primeiros meses de 2010, 407 mil toneladas, país que assumiu a terceira colocação, após queda anual de 57% nas compras. Os demais países participaram com 20% das exportações, contra apenas 2% do ano anterior.
09/10 – Em seu último acompanhamento de comercializarão divulgado na quarta-feira dia 22, o Instituto estimou que 90% da soja colhida na safra 09/10 já foram vendidos. A evolução mensal de 6,2%, apesar de pequena, acompanhou o bom desempenho do mercado internacional no inicio de julho. Se comparada com o mesmo período do ano anterior, está um ponto percentual mais adiantada. As regiões mais vendidas são o médio-norte com 92,1% e o oeste com 94,8%, regiões que juntas detêm mais de 55% do total produzido pelo Estado.