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Soja no MT

Aos poucos, plantio é iniciado. Mas as chuvas ainda não são regulares e os trabalhos continuam atrasados em relação ao ano passado.

Soja no MT

Liberado pelas regras de zoneamento agrícola definidas pelo governo federal desde o dia 15 de setembro, o plantio de soja finalmente ganhou algum peso estatístico em Mato Grosso na semana passada, com as chuvas que caíram sobretudo na região oeste do Estado.

Levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), vinculado à Famato, a federação de agricultura e pecuária do Estado, mostra que, até o dia 30 de setembro a semeadura cobriu 0,4% da área plantada total estimada para esta safra 2010/11.

Em 1º de outubro do ano passado, quando os produtores semeavam a produção do ciclo 2009/10 e o regime pluviométrico estava normal, com chuvas regulares, o percentual já estava em 5%, o que comprova um atraso que ainda poderá deixar sequelas em algumas áreas.

Conforme o Imea, os atuais trabalhos estão mais acelerados no oeste de Mato Grosso, como tradicionalmente acontece. Ali, 1,1% de uma área total calculada em 948,2 mil hectare foi plantada até 30 de setembro. Em 1º de outubro de 2009, porém, o percentual era de 7,9%.

No médio-norte mato-grossense, outra região que costuma liderar a semeadura, 0,3% da área projetada foi plantada até o dia 30 de setembro, também abaixo dos 6,4% de 1º de outubro de 2009. No total, o Imea prevê uma área de soja de 6,241 milhões de hectares em 2010/11, ante os 6,217 milhões em 2009/10.

A partir dessa área, o instituto calcula a produção da oleaginosa de 18,729 milhões de toneladas no ciclo atual, um pouco abaixo da colheita da temporada anterior (18,815 milhões de toneladas). Mato Grosso é o maior Estado produtor de soja do País, e a soja encabeça a colheita de grãos, a renda agrícola (“da porteira para dentro”) e as exportações do agronegócio brasileiro.

Como informou o Valor na semana passada, esse atraso nos trabalhos de plantio já levou a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil a cogitar solicitar ao governo federal a prorrogação do período de plantio no Estado.

Pelas mesmas regras de zoneamento agrícola que permitem o plantio apenas a partir de 15 de setembro, a janela se fecha em 31 de outubro. Como só há previsões de chuvas regulares a partir da segunda quinzena do mês, a CNA considera que uma extensão do prazo seja necessária para evitar novos prejuízos.

Além de obrigar mudanças no pacote de insumos utilizados para o plantio, o atraso do plantio está “segurando” as vendas antecipadas da safra em uma fase de cotações elevadas nos mercados internacional e doméstico. Mesmo assim setembro terminou com 36,2% da produção futura já vendida, ante percentual de 22,5% em igual período da temporada passada.

Ontem na bolsa de Chicago, os contratos futuros com vencimento em janeiro voltaram a recuar, pelo segundo pregão seguido, sobretudo graças à pressão do avanço da colheita nos EUA, onde as chuvas deram uma trégua. Mas os papéis seguem acima da barreira de US$ 10 por bushel. Fecharam a US$ 10,64, baixa de 2,75 centavos de dólar em relação à sessão anterior.

Em Sorriso, principal polo de Mato Grosso, os produtores pediam R$ 37,60 pela saca de 60 quilos, enquanto os compradores ofereciam R$ 35,80, segundo o Imea.

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