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Insumos

Soja paraguaia também encalha nos portos brasileiros

Processamento da oleaginosa no próximo ano vai quase dobrar de volume, com a abertura de novas indústrias no país.

Soja paraguaia também encalha nos portos brasileiros

O Paraguai deve dobrar o processamento de soja a partir do próximo ano e, com isso, aumentar a dependência dos portos brasileiros para o escoamento do produto beneficiado. Com o incentivo do governo, três novas indústrias, ADM, Bunge, Conti, estão sendo abertas no país e irão dobrar o processamento de soja no país, passando dos atuais 2,5 milhões de toneladas para quase 5 milhões de toneladas.

Com isso, os “hermanos” paraguaios também vão sentir ainda mais, no bolso, os prejuízos provocados pelo caos logístico nos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP). O preço médio do frete da soja, saindo da região de Alto Paraná para o porto paranaense, encareceu cerca de 35% nesta temporada (passando dos US$ 80 por tonelada em 2012 para quase US$ 110 por tonelada na safra atual).

“Os paraguaios estão pagando os custos daqueles navios parados lá em Paranaguá e Santos. Porque esse custo é repassado pelas empresas que fazem as exportações dos dois países. Esse escoamento ainda é muito ineficiente”, afirma o produtor paraguaio, filho de imigrantes brasileiros, Márcio Mattei, de Santa Rosa del Monday.

O município está no Estado de Alto Paraná, o maior produtor de soja do país, responsável por quase um terço da área plantada (quase um milhão de hectares) da oleaginosa no país. Lá, a maioria dos produtores de soja é formada por brasileiros ou paraguaios filhos de imigrantes do Brasil.

Ainda é relativamente pouco o volume de soja paraguaia que é escoada pelo Brasil: em 2011 segundo dados da Câmara Paraguaia de Exportadores e Comercializadores de Cereais e Oleaginosas (Capeco), dos 5,1 milhões de toneladas de soja exportadas pelo país vizinho, 90% foi escoado por vias fluviais e o restante por via terrestre – ou seja, saindo pelos portos brasileiros.

Além do custo com o frete, os paraguaios enfrentam ainda a falta de caminhões para fazer o escoamento e ainda depende diretamente do Brasil para a compra dos fertilizantes, já que no país não há fabricantes de insumos e misturadoras de adubos. Pelo que se vê, as dificuldades são bem similares para quem está dos dois lados da Ponte da Amizade.