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Exportação

Soja recua, milho melhora

<p>Exportações da oleaginosa caíram 29,8% em setembro. Já os números do milho apontam para uma recuperação.</p>

Depois de ser alavancada pela China durante meses, a média diária das exportações de soja do País recuou 29,8% em setembro, de US$ 91,8 milhões para US$ 64,4 milhões. A receita também é 12,9% menor do que a observada em setembro de 2008. Além do menor apetite chinês, o câmbio foi um dos fatores da queda.

O mercado internacional como um todo já dá sinais de enfraquecimento. No último pregão realizado na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), as operações do complexo soja encerraram em forte baixa e ultrapassaram o piso de US$ 9 por bushel em todos os vencimentos. Foi o menor patamar das últimas oito semanas.

Um dos fatores para a desaceleração das cotações do grão é a entrada da safra dos Estados Unidos e o aumento da sua projeção. A consultoria norte-americana Informa Economics divulgou uma previsão de 3,383 bilhões de bushels na temporada 2009/2010. No relatório anterior, a previsão era de safra de 3,372 bilhões de bushels. O volume estimado também é maior que a última projeção do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) que previu a produção em 3,245 bilhões de bushels.

Os números referentes ao processamento de soja das indústrias no Brasil também indicam um desaquecimento. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), o esmagamento da soja em agosto somou 2,129 milhões de toneladas. Em julho, o processamento havia sido de 2,191 milhões de toneladas. Em agosto do ano passado, o esmagamento foi de 2,949 milhões de toneladas.

A previsão da Abiove é de que o processamento totalize 29,8 milhões de toneladas na temporada 2009/2010, iniciada em fevereiro. Na temporada anterior, o processamento ficou em 31,895 milhões de toneladas.

Apesar de os números apontarem para uma relação entre oferta e demanda negativa para o produtor e preços que acompanham essa tendência, players do mercado continuam a apostar na valorização da commodity no longo prazo. De acordo com Pedro Valente, diretor de produção do Grupo André Maggi, a soja deverá subir para US$ 11 o bushel no próximo ano, com o aumento da demanda chinesa por ração para gado e óleo de cozinha. “A oleaginosa deverá pairar entre o preço atual, de cerca de US$ 9 o bushel, e US$ 11 o bushel em 2010”, disse Valente. “A demanda internacional está forte”, disse Valente. “A demanda chinesa deve continuar firme, o que ajudará a dar sustentação aos preços.”

Os contratos futuros de soja despencaram 27% nos últimos três meses em Chicago, com o aumento da safra dos Estados Unidos, o maior produtor mundial do grão. As compras da China, o maior importador mundial da oleaginosa, deverão deter a queda e levar a uma recuperação dos preços, disse Valente.

A China vai processar 43,3 milhões de toneladas de soja em óleo de cozinha e outros produtos em 2010, volume 5,7% maior que o deste ano, disse o USDA. O consumo de farelo de soja, usado para alimentar gado, pelo país asiático vai aumentar 6,9 %, para 33,9 milhões de toneladas.

Os pesquisadores do Instituto de Economia Agrícola (IEA) que avaliam o Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista, IqPR, também se mostram otimistas quanto ao futuro dos preços da soja. Em pesquisa divulgada na última sexta-feira, entre os produtos brasileiros com relevância no mercado internacional, eles destacaram a soja, cujo preço se mantém no mesmo nível do ano passado, sugerindo “continuidade do crescimento da economia chinesa, importante mercado para a soja brasileira”.

Milho

As cotações do grão seguem em queda, mas as exportações apontam para uma recuperação. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que o Brasil exportou no mês passado 716,3 mil toneladas de milho, 96% a mais do que em agosto. O preço médio, no entanto, foi decaindo de US$ 195 por tonelada em julho, US$ 170 em agosto e US$ 160 em setembro. O aumento do volume exportado está ligado aos leilões de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP), que concedem subvenção ao frete da região produtora até os portos.