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Stephanes não vê risco de colapso nas cotações agrícolas

<p>O Ministro acredita que os preços tendem a se estabilizar porque já existe um equilíbrio mundial entre a oferta e demanda dos alimentos.</p>

Redação (17/09/2008)- O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, minimizou ontem o impacto da crise financeira internacional nas cotações das commodities agrícolas. Ele descartou a possibilidade de um agravamento no cenário da atividade agrícola. Tampouco novas baixas nas cotações dos produtos agrícolas como reflexo do colapso das instituiçõs financeiras dos EUA. Stephanes acredita que os preços tendem a se estabilizar porque já existe um equilíbrio mundial entre a oferta e demanda dos alimentos. "Acho difícil haver um novo impacto sobre as commodities agrícolas", disse ontem o ministro, na entrada do Ministério da Fazenda.

Na opinião de Stephanes, os preços das commodities agrícolas subiram muito nos últimos meses por dois motivos. Tanto pelo aumento da demanda como pela especulação nos mercados futuros. Porém, ele acredita que "o comportamento especulativo" já saiu de cena e o mercado já demonstra um equilíbrio entre a oferta e demanda.

"O consumo das pessoas continua crescendo e a produção e os estoques já estão estabelecidos", avaliou o ministro, que argumentou que quanto melhor é o preço das commodities melhor é a situação do agronegócio.

O discurso do ministro da Agricultura, de minimizar o impacto do agravamento da crise financeira mundial nas cotações das commodities agrícolas, diverge da opinião de analistas do mercado que afirmam que os preços das commodities agrícolas despencaram por conta das incertezas em relação à performance futura da economia mundial. "Economia desaquecida significa demanda desaquecida e menor consumo de commodities", garante o economista da Safras & Mercado, Gil Barabach.

A deflação dos produtos agropecuários, a mais intensa dos últimos 12 anos, reflete o impacto negativo que as commodities tiveram nos últimos meses. De acordo com o Índice de Produtos Agropecuários, da Fundação Getúlio Vargas (IPA-10), os produtos recuaram 4,30% até o dia 10 de setembro, com base nos últimos 30 dias.

O tomate teve a maior queda entre os itens, fechando com -47,37%. Na sequência estão o trigo (-15,97%), batata inglesa (-13,49%), milho (-10,21%), soja (-7,75%), leite in-natura (7,46%), feijão (-1,45%) e carnes (-0,42%). No entanto, esse recuo apresenta desaceleração em relação a agosto, quando o IPA-DI, que acompanha os produtos agropecuários industrializados, registrou queda de 5,09%. "A deflação ocorreu por vários fatores externos e internos que ocorreram ao mesmo tempo. A tendência é que a queda continue, mas com menos intensidade", explica Salomão Quadros, coordenador de Análises Econômicas da FGV.

Quadros explicou que os preços dos itens agrícolas caem rapidamente. "Quando os preços de alguns itens chegam ao limite, como o caso das carnes, começa a desestimular a demanda. Embora a queda tenha sido pequena (0,42%), vemos que continuam em queda."