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Economia

Suíno em MT

Suinocultura enfrenta crise no Estado. Baixa demanda pressionam preços pagos ao produtor, que querem isenção do ICMS.

Suíno em MT

Suinocultores mato-grossenses enfrentam baixa demanda depois das vendas de final de ano. Os preços ao produtor estão até 30% menores e o custo de produção segue em disparada com a valorização do milho e do farelo de soja, principais itens da ração dos animais. Com uma despesa de até R$ 2,10 por quilo de suíno vivo e preço médio de venda de R$ 2,01, os produtores reclamam de prejuízos e pretendem solicitar ao governo estadual a suspensão dos Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e do preço de pauta, valor pelo qual o governo cobra o tributo. O incentivo seria até abril.

Segundo levantamento do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), no Estado existem, aproximadamente, 110 mil matrizes, sendo cada uma com produção média de 23 animais terminados (nascidos e abatidos) por ano. Outras 80 mil matrizes estão em criatórios. O diretor-executivo da Associação dos Criadores de Suínos (Acrismat), Custódio Rodrigues, afirma que 2,5 milhões de animais produzidos no Estado são abatidos, dos quais, 85% são processados pela indústrias mato-grossenses.

A redução no preço do suíno é consequência da tradicional queda na demanda mundial. Custódio Rodrigues explica que a partir de agosto os frigoríficos iniciam as compras para a fabricação dos embutidos e abastecimento do mercado interno e externo. Passado o Natal, a queda drástica na demanda fez com que o valor reduzisse de R$ 2,90 para R$ 2,01, em média. O valor é o menor registrado entre 7 estados produtores. “O mercado mundial está estagnado em consequência da queda do consumo. Se não houver uma redução no imposto, a produção ficará inviável”.

Segundo o representante dos produtores, o Estado de Santa Catariana e do Rio Grande do Sul já zeraram o ICMS e o Paraná deve reivindicar a redução. A alíquota do ICMS é de 12% (e incide sobre os animais vendidos a outros estados) sobre o preço de pauta, fixado em R$ 2,40, valor acima do praticado no mercado. “Precisamos da retirada do imposto para tornar nosso animais competitivos”.

O deputado estadual José Riva (PP) afirmou durante a sessão da última quarta-feira (2) na Assembleia Legislativa que a cobrança do ICMS sobre a suinocultura, assim como ocorreu com os bovinos, precisa ser revista. O chegou a sugerir que a redução deveria ser de 12% para 7%. Com relação ao aumento dos custos, a Acrismat informa que o mercado internacional está demandando mais milho e farelo de soja e com isso a tendência é que o preço continue subindo. “Semana passada compramos milho por até R$ 22 a saca de 60 kg, sendo que ano passado era possível comprar R$ 15”, afirma Custódio Júnior ao comentar que este é mais um motivo para desoneração, uma vez que a suinocultura agrega valor à produção agrícola do Estado.

A secretária de um criatório em Mato Grosso, Zilda Feliciano da Silva, diz que a situação é preocupante e que os frigoríficos estão pressionando para que os produtores reduzam os preços. “No fim do ano estávamos vendendo por R$ 2,40. Esta semana vendemos por R$ 2,30 e para a próxima teremos que reduzir ainda mais”. Os suinocultores terão uma reunião hoje (4) e eles esperam se reunir também com o governador Silval Barbosa (PMDB).