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Economia

Suíno Vivo: Semana termina com alta de preços em MT e SC

Segundo o analista da Safras & Mercados, Allan Maia, na segunda quinzena do mês o consumo apresentou retração no consumo, comum para o período.

Suíno Vivo: Semana termina com alta de preços em MT e SC

Na sexta-feira (02/09), os preços para o suíno vivo encerraram estáveis. Durante a semana, poucas regiões apresentaram reajustes de preços, após diversas semanas com altas significativas sendo registradas para a proteína. Segundo o analista da Safras & Mercados, Allan Maia, na segunda quinzena do mês o consumo apresentou retração no consumo, comum para o período.

O analista também acredita que novas altas devem ser registradas em outubro. “Este é o período de maior consumo no ano, o que pode alavancar os preços. É preciso ressaltar também os fortes valores cobrados pela carne bovina e a atual crise econômica, que leva o consumidor a procurar uma opção de proteína animal mais acessível. Isso pode fazer com que a carne suína ganha um espaço ainda maior na mesa do brasileiro”, disse.

Segundo o levantamento semanal realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, a maior valorização aconteceu em Mato Grosso, após a alta de 11,38% no início da semana. Na praça, o vivo é negociado a R$ 3,67 pelo quilo. Na BRF, em Santa Catarina, os preços pagos aos produtores integrados também apresentou valorização – de 3,33%.

Em São Paulo, a Bolsa de Comercialização de Suínos definiu a arroba entre R$ 86 a R$ 88 – o equivalente a R$ 4,58 a R$ 4,69/kg -, uma baixa de 2,29% em relação a referência anterior. Na última semana, os negócios ficaram definidos entre R$ 88,00 a R$ 90,00/@. No Paraná, também houve redução de preços, em que o vivo passou a ser negociado a R$ 4,48/kg, após a queda de 3,45%.

Em outras regiões, os preços ficaram estáveis, como em Minas Gerais e Goiás, com referência de negócios a R$ 4,60/kg. Segundo informações da Asemg (Associação dos Suinocultores de Minas Gerais), o valor ficou em aberto, pois não houve um consenso entre produtores e os frigoríficos, que afirmavam a dificuldade de repassar os ganhos das últimas semanas. Apesar disto, na última semana grande parte dos negócios ficou em R$ 4,45/kg, com possibilidade de novas altas.

Já no Rio Grande do Sul, a pesquisa semanal realizada pela Acsurs (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul) apontou que a média de preços pagos aos produtores independentes ficou em R$ 4,23/kg, assim como na semana anterior.

Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o presidente da Acsurs, Valdecir Folador, explicou que o avanço nas cotações nas últimas semanas é reflexo das exportações, que desde maio vem apresentando números positivos. Além disso, mesmo com o aumento nos custos de produção – devido a valorização do dólar frente ao real e da alta de preços do milho e farelo de soja – os suinocultores estão conseguindo ganhos, o que não acontecia no primeiro semestre do ano.

Custos de produção

Atualmente, segundo com a pesquisa da entidade, no Rio Grande do Sul o farelo de soja está custando R$ 1.455,00 por tonelada, enquanto há um ano este valor estava em R$ 993,33 pela tonelada. Já a saca de milho está com o preço médio de R$ 30,33, sendo que em setembro de 2014 era cobrado R$ 25,83 pela saca.

Já Allan Maia aponta que em São Paulo os valores para o cereal estão quase 60% maiores em relação ao ano passado, enquanto no Paraná apresenta 52,5%. “Possivelmente haverá uma pressão destes custos nos preços da carne suína”, acrescenta o analista.

Nesta semana, a Embrapa Suínos e Aves divulgou o índice de custos de produção do mês de agosto, que voltou a atingir patamar recorde. O ICPSuíno/Embrapa chegou a 186,76 pontos, uma alta de 3,75% em relação ao levantamento de julho deste ano. Em comparação com agosto de 2014, esta valorização chega a 7,20%. A nutrição foi o maior responsável por este aumento, que apresentou crescimento de 3,59%.

Exportações

Nesta quinta-feira (01), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou dados de embarques do mês de setembro de carne suína in natura. Em volume, as exportações chegam a 45,2 mil toneladas, com média diária de 2,2 mil toneladas.

Apesar de ter ficado um pouco abaixo do esperado por analistas do setor – que acreditavam em algo em torno das 54 mil toneladas -, os dados são superiores aos de agosto, quando foram embarcadas 42,1 mil toneladas. Em comparação com setembro de 2014, o crescimento é de 31,5%, quando foram exportadas 36 mil toneladas.

Em receita, a soma é de US$ 112,6 milhões, com média de US$ 5,4 milhões – um crescimento de 6,3% em relação aos dados de agosto deste ano. O valor por tonelada ficou em US$  2.493,5, apresentando recuo tanto em comparação com o mês anterior quanto com setembro de 2014.