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Economia

Suinocultor gaúcho é penalizado por preços irreais praticados pelo mercado

Após encerrarem o ano de 2010 em um período de ganhos pela sua produção, os produtores enfrentam, desde janeiro, uma fase muito complicada.

Após encerrarem o ano de 2010 (últimos quatro meses) em um período de ganhos pela sua produção, os suinocultores gaúchos enfrentam, desde janeiro, uma fase muito complicada. Desde então, os preços recebidos pelos animais vem despencando.
           
Segundo dados da Associação de Criadores de Suínos no Rio Grande do Sul (Acsurs), com sede em Estrela, no Vale do Taquari, a última pesquisa, realizada no dia 1º de março, registrou o preço médio do suíno não integrado em R$ 2,12, enquanto que o suíno integrado ficou em R$ 2,15.

Para os produtores, esses preços são inviáveis, pois para ao menos cobrir o custo de produção, o preço do suíno não integrado deveria ser comercializado a  R$ 2,70. Em novembro do ano passado, quando o preço médio alcançou sua maior alta em 2010 e 2011, chegou a R$ 2,95 (suíno não integrado) e a R$ 2,51 (suíno integrado).

Os suinocultores também estão indignados com a situação, tendo em vista que o preço da carne suína vendida aos consumidores, nos mercados e açougues, não baixou neste período, nem mesmo os valores das exportações, injustificando, dessa maneira, essa queda tão acentuada nos valores recebidos. Há produtores que também afirmam que os motivos dessa queda se devem a pura especulação do mercado, entre outros fatores.

Para piorar a situação, essa queda ocorreu em um momento que, como exposto acima, o preço vinha se recuperando, tendo em vista um período de dois anos de preços baixos. “Nos últimos 26 meses, tivemos um pequeno lucro apenas durante os últimos quatro meses de 2010. Quando já projetávamos um período de ascensão do preço, o mesmo voltou a cair, sem motivos aparentes, tendo em vista a estabilidade dos preços da carne suína nos mercados e da exportada”, expõe um suinocultor.

Exportações brasileiras estão estáveis

Em janeiro deste ano, o Brasil exportou 34.809 toneladas de carne suína, quantidade apenas 10,89% inferior à quantidade exportada no mesmo período em 2010. Porém, o faturamento subiu 2,84%, tendo em vista que em 2010 o mesmo, em janeiro, foi de US$ 90,4 milhões, ao passo que neste ano, no período, o faturamento foi de US$ 93 milhões. Esses dados apenas comprovam a estabilidade do mercado, e expõe que os valores pagos aos suinocultores são irreais.

Segundo os suinocultores, há elos da cadeia produtiva se beneficiando com a situação, enquanto que eles estão sendo muito prejudicados, ou seja, “pagando a conta”.

Benefícios da isenção do ICMS apenas para a indústria e supermercados

Outro fato que comprova a situação é a recente isenção de ICMS (em fevereiro) dada pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul, na comercialização da carne suína nas saídas internas, e na venda de suínos vivos nas saídas interestaduais. Para os produtores, tal medida, infelizmente, não foi sentida, pois apenas a indústria e os supermercados foram beneficiados com a isenção.