Já são mais de dois meses de embargo, o último aconteceu na semana passada. A Rússia rejeitou mais uma carga de carne suína de um frigorífico de Santa Catarina. O motivo: havia resíduos de bactérias na carne.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), outras restrições têm sido a presença de resíduos de produtos veterinários, como antibióticos.
Para o presidente da Abipecs, Pedro Camargo, o problema é que os dois países têm critérios diferentes para aprovar um produto. “É uma negociação entre governos, eu acho que o governo brasileiro tem que ter uma posição perante o governo da Rússia. Nós gostaríamos que não só o Ministério da Agricultura, mas também o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior tivessem uma posição para que a Rússia explique melhor o que está acontecendo”.
Por causa das constantes rejeições à carne suína, os exportadores brasileiros estão preocupados: dos 21 frigoríficos, apenas um continua exportando para a Rússia. Somente no mês de julho, as vendas externas caíram de 15 para 4 mil toneladas.
Com a queda nas exportações, o mercado interno passou a ter mais oferta de carne. “Nós estamos deixando de exportar essa carne. Parte está indo para outros mercados externos, parte para o mercado interno, a preço mais baixo. O setor está bastante prejudicado”, explica Pedro Camargo.