Está difícil a situação do setor suinícola de Santa Catarina. De acordo com a Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o produtor enfrenta falta de milho, alto custo de produção e baixo preço pago pelo suíno. O presidente da entidade, Losivanio Luiz de Lorenzi, mostra-se preocupado com a situação e apresentou algumas propostas durante uma reunião realizada hoje (23/02) com o secretário de Estado da Fazenda, Ubiratan Simões Rezende. Participaram também do encontro, o presidente do Núcleo Regional de Criadores de Suínos de Braço do Norte, Adir Engel e o empresário do setor frigorífico e produtor, Edson Wiggers.
Na reunião, Lorenzi destacou a importância da suinocultura catarinense no PIB estadual. “Temos um status sanitário de excelência, o qual a nossa classe política se orgulha em dizer, com discursos inflamados e em voz bem alta, mas que na prática, para nós suinocultores e acredito também as agroindústrias, não tem trazido nenhum benefício financeiro”, declara o presidente da ACCS. Segundo a entidade, em um comparativo entre os estados do Sul, consta que desde 2007 o produtor de Santa Catarina recebe o menor valor pelo suíno e tem o maior custo de produção.
De acordo com Adir Engel, o encontro foi produtivo, claro e objetivo. “Surpreendeu-me o fato do secretário falar que era um conhecedor do setor, pelo fato de ter passado pela direção de uma agroindústria, e sabendo assim a realidade da atividade.”. Engel destacou que tudo o que foi solicitado ao secretário, será levado para área técnica. “O secretário disse que o retorno dos pedidos da entidade virá daqui alguns dias, ele demonstrou interesse e sensibilidade as dificuldades da atividade”. Edson Wiggers comunga com a opinião dos demais e acrescenta, “esses encontros são positivos tanto para o produtor quanto para a indústria, pois são ações realizadas que beneficiam toda a cadeia suinícola”. Wiggers cita ainda que entre as ações imediatas solicitada ao secretário, está isenção de Impostos para a comercialização interestadual de carne suína, fresca, resfriada, congelados e miúdos.
Ações imediatas – Utilização de carne suína nos órgãos Estaduais (Presídios, Polícia, Hospitais, Escolas e Creches); isenção de Impostos para a comercialização interestadual de carne suína, fresca, resfriada, congelados e miúdos; interferir junto ao Governo Federal e Conab para que seja remanejado com urgência, milho de outros Estados para Santa Catarina; liberação em caráter emergencial de milho da Conab na modalidade balcão e que atenda todas as regiões consumidoras (Extremo Oeste, Oeste e Sul), com volume superior ao liberado atualmente e agilizar a abertura de novos mercados usando o status sanitário de Santa Catarina com a Certificação da OIE foram as reivindicações apresentadas pelos representantes do setor suinícola.
A longo prazo, os líderem pedem incentivo a construção de silos para armazenagem de grão com juros subsidiados pelo Governo; acompanhamento do plantel e produção de suínos no Estado para que não haja excesso produção; manter estoque permanente de milho no Estado para que possa atender a demanda; reduzir o imposto incidente sobre micro e pequenas agroindústrias que processam carne suína, incentivando o desenvolvimento regional, gerando empregos e fixando o produtor no campo; isentar o imposto sobre equipamentos que contribuam para a diminuição da emissão de gases do efeito estufa para tratamento de dejetos de suínos, como exemplo, Biodigestores, equipamentos de Compostagem, entre outros. As informações são da ACCS.