As perdas obtidas nos últimos cinco anos tornaram a suinocultura uma atividade de alto risco. Sem garantia de preços mínimos o setor vem contabilizando índices negativos em todos os aspectos e afasta com muita folga a lucratividade que antes era obtida.
De acordo com a Embrapa Suínos e Aves o custo de produção se torna mais elevado a cada ano e o preço pago não consegue competir com as elevadas e constantes mudanças. Fatores como o transporte de insumos, o preço dos grãos e a inexistência de um preço mínimo não favorecem a suinocultura.
Na prática, os suinocultores se esforçam para tentar recuperar as perdas obtidas e o ciclo é recheado de endividamentos e incertezas. No setor independente existem muitas dificuldades como o atraso em pagamentos e a falta de mão de obra. “São reflexos da intensa crise, para vencer as barreiras os suinocultores precisam equilibrar o mercado e conduzir os preços, em 2012 à produção reduziu intensamente, com isso, sobrou apenas o suficiente para o atual consumo. “Caso haja ampliação no consumo interno e os mercados tão divulgados como Japão, Estados Unidos e outros aconteçam como esperamos, o mercado sentirá logo os efeitos da desistência dos produtores”, destaca o presidente da ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi.
Para que o setor pudesse reduzir os prejuízos seria necessária uma rápida reação no mercado, através dos preços pagos pela carne suína e a significativa redução no valor final dos insumos, o que seria possível através de um incentivo para a produção de alimentos. Com esses fatores, somados a ampliação no consumo de carne suína no Brasil e no exterior, por mais tímida que seja, seria possível manter ativas milhares de propriedades que há décadas atuam diretamente no mercado suinícola e no desenvolvimento de regiões.
Neste contexto, o crescimento da atividade não é esperado para 2013. Para a ACCS é impossível pensar em crescer após o pior ano para a atividade na história da produção de suínos. “Precisamos quitar nossas dívidas que são altas, investir nas melhorias na propriedade para compensar a falta de mão de obra e voltar a ter qualidade de vida no campo a qual há muito tempo não se tem mais. Quando tudo isso acontecer, estudar os mercados, pegar as garantias de lucro sobre o custo, tendo isto podemos começar a investir novamente, caso contrário tudo estará perdido”, afirma o presidente. Segundo a Abipecs – Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína, a suinocultura não deve crescer mais do que 1% neste ano, bem abaixo da capacidade que o setor possui.
Relembre os fatores que tornaram a suinocultura uma atividade de risco:
– Falta de ação política do Governo Federal em atender as reivindicações do setor.
– Falta de uma política de controle de produção.
– Quedas frequentes nos preços pagos;
– Barreiras nas exportações já realizadas como Rússia e Argentina;
– Estiagens no Sul do Brasil e nos Estados Unidos;
– Elevada produção de animais e ausência de novos destinos da carne suína catarinense e brasileira;
– Investimentos altos em infra-estrutura, sanidade e ambiência, atendendo as exigências para as possíveis exportações;
– Falta de preços mínimos, que poderiam impedir quedas bruscas nos valores pagos, incapazes de cobrir os custos de produção;
– Implantação de mega projetos entre as agroindústrias, substituindo a atuação de pequenos e médios produtores de suínos;
– Contratos de Integração que impedem o desempenho econômico para produtores integrados;