Redação (08/12/2008)- Produtores de suínos de diversos Estados estão dando exemplo de como o País pode contribuir para reduzir a emissão de gases de efeito estufa, que provocam as mudanças climáticas. Eles vêm participando, de forma crescente, do chamado mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL) previsto no Protocolo de Kyoto, que permite aos países em desenvolvimento que não têm metas obrigatórias de redução de emissão de gases desenvolver projetos mais limpos de produção. Cada tonelada de dióxido de carbono (CO2) evitada é vendida aos países que têm metas obrigatórias. Os dejetos suínos, normalmente armazenados em lagoas, emitem o gás metano, 21 vezes mais agressivo em termos de aquecimento global que o CO2.
O Brasil já conta com 55 projetos, envolvendo dezenas de suinocultores, que vão devem evitar a emissão de 2,73 milhões de toneladas de CO2 por ano, ou 25,66 milhões de toneladas durante o período que durarem os projetos. Apenas para comparação, esse número é 163% superior às emissões totais de gases-estufa na cidade de São Paulo durante um ano.
Os mais recentes projetos a entrar na pauta de aprovação do MDL foram desenvolvidos pela Amazon Carbon, com suinocultores de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso Santa Catarina e Rio Grande do Sul, prevendo inicialmente a captura e queima de 51,32 mil toneladas de CO2 por ano. Na segunda fase, em algumas propriedades, o metano deverá ser transformado em energia, informa Thiago Othero, responsável pelos projetos.
A suinocultura é um bom exemplo para explicar uma das exigências do Protocolo de Kyoto para reconhecer um projeto que contribui para a redução das emissões de gases-estufa, a chamada adicionalidade.
Os suinocultores brasileiros armazenam os dejetos suínos em lagoas. Esses dejetos liberam gás metano, que tem um poder 21 vezes superior ao gás carbônico de reter calor na terra, causando o aquecimento global. O MDL permite que esse produtor invista em equipamentos capazes de capturar o metano, que é queimando ou usado na geração de energia. Cada tonelada de CO2 ou seu equivalente em outros gases-estufa permite a emissão de um crédito de carbono, cotado hoje em cerca de 14 euros.