Ao apresentar o crescimento das exportações brasileiras de carne de frango no primeiro semestre em relação a igual período de 2009 com liderança dos estados do Sul, o presidente executivo da Ubabef, Francisco Turra, disse estar preocupado com a tendência de migração de novos investimentos industriais para outras regiões. Ele citou o potencial de atração de projetos do Centro-Oeste, incentivado por custo mais baixo, fatores logísticos e estruturais. Turra adverte que prováveis conversões seriam rápidas considerando seis meses para expansão de uma planta e, no máximo, quatro anos para construção de unidade. Contudo, avalia que o cenário pode ser revertido caso os governos criem ambiente para atrair investimentos com concessão de benefícios tributários e acesso a crédito para modernização de aviários.
O alerta já foi dado aos governadores. A Ubabef sugeriu a Yeda Crusius, do Rio Grande do Sul e Leonel Pavan, de Santa Catarina, que estudem, por exemplo, a criação de um fundo de aval nos moldes do existente no Paraná. Com o governo paranaense, o encontro deve ocorrer nos próximos dias. Segundo Turra, com o fundo seria possível fornecer as garantias exigidas pelos bancos para liberação de empréstimos por meio do programa federal Moderinfra.
Turra sugere ainda que os estados equalizem parte dos juros do programa para estimular a renovação de aviários obsoletos com mais de 20 anos. Um total de 42 mil famílias estão inseridas no sistema de integração no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. “Recomendamos aos estados do Sul que se mexam para não perderem espaço no futuro.”
Nas três primeiras colocações do ranking de exportadores, PR, RS e SC embarcaram 1,33 milhão de toneladas de carne de frango entre janeiro e junho de um total de 1,805 milhão de toneladas exportadas pelo País no período. Os embarques nacionais no semestre representam queda de 0,12% no comparativo do mesmo período de 2009. Já a receita das exportações brasileiras cresceu 15% para 3,11 bilhões de dólares, dando prosseguimento à recuperação de preços defasados pela crise global em 2008. Apesar do avanço, o presidente Francisco Turra alerta que o câmbio continua afetando o retorno da competitividade aos níveis anteriores à crise.