O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, disse ontem que o Brasil deverá ter um superávit comercial de US$ 15 bilhões em 2010, reagindo a uma combinação de recuperação do comércio global, aumento da produção industrial doméstica e retomada das linhas de crédito ao comércio exterior.
A projeção do ministro supera as estimativas traçadas pelos setores financeiro e industrial. Nos cálculos da Confederação Nacional da Indústria (CNI) o saldo das transações comerciais ficará positivo em US$ 13 bilhões, enquanto a Fiesp prevê superávit comercial de US$ 10,6 bilhões em 2010. O boletim Focus, do Banco Central (BC), mostra que as instituições financeiras projetam um superávit comercial de US$ 11,3 bilhões.
Segundo Miguel Jorge, depois de sentir os efeitos da crise financeira, o comércio mundial deverá se restabelecer no próximo ano. Ele destacou a diversidade das commodities exportadas pelo Brasil e a diversificação de seus parceiros comerciais como fatores que permitirão um bom desempenho do comércio exterior.
Para exemplificar, Miguel Jorge disse que as empresas brasileiras dobraram as exportações para a África nos últimos cinco anos. Além disso, a China, tida como o principal motor da recuperação global, se tornou neste ano o principal parceiro comercial do Brasil, lembrou o ministro. Já os Estados Unidos, maior mercado do mundo e, historicamente, o principal consumidor dos produtos brasileiros, apresentam sinais de recuperação no nível de emprego e ainda apresentarão reflexos positivos na economia da reforma no sistema de saúde, apontou o ministro.