Mato Grosso registrou um superávit acumulado na Balança Comercial de US$ 6,2 bilhões de janeiro a setembro deste ano. O valor é 22% superior ao do mesmo período do ano passado e corresponde a 32% do saldo comercial do País que é de US$ 19,68 bilhões. Mato Grosso mantém a posição de 2º maior saldo comercial do País superado apenas por Minas Gerais que acumulou US$ 8,1 bilhões no mesmo período. Para Jandir Milan, assessor econômico do Sistema Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Sistema Fiemt), o governo federal não está reconhecendo o que o estado vem fazendo para o Brasil. “Nunca vejo ministro ou qualquer outra autoridade mencionar Mato Grosso quando fala de balança comercial”, observou.
O superávit é a diferença entre exportação e importação. Em setembro foram exportados, em valores, US$ 558,61 milhões, quantia 21,6% menor do que as vendas externas de setembro do ano passado e 30,5% menor que o registrado em agosto desse ano. Já as importações estaduais acumulam US$ 631,09 milhões registrando queda de 38,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo Milan este é o menor índice de exportação desde janeiro. “Estamos no fim da safra e acredito que daqui para a frente esta redução deverá ser constante. Mas isso não representa riscos para Mato Grosso já que haverá uma nova safra de soja colhida no final do ano e incremento na exportação deste grão e do milho”.
Apesar da queda registrada no mês passado o acumulado das exportações janeiro a setembro de 2009, comparado ao mesmo período de 2008 registra incremento de 12%. De acordo com os dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) esta é a maior taxa de crescimento do País e a única positiva entre todos os estados exceto Tocantins, Piauí e Roraima que não têm muita representatividade. Mato Grosso vem mantendo a sexta posição no ranking e corresponde a 6,1% do total exportado pelo País. “Mato Grosso ocupava a 10ª posição em agosto de 2008 e vem subindo no ranking desde então. É um sinal positivo de que o estado continua crescendo e investindo na sua produção”, frisou Milan.
A Ásia e a União Européia continuam sendo os principais destinos dos produtos mato-grossenses respondendo por 48% e 33% do total, respectivamente. Apenas a China detém 32% do mercado de produtos provenientes de Mato Grosso seguida da Holanda (9,6%), Espanha (5,6%) e Tailândia (4,2%). Já os principais fornecedores externos foram Rússia (21%), Belarus (18%) e os Estados Unidos (17%). Os principais produtos importados por Mato Grosso são fertilizantes.
Produtos exportados – A soja ainda lidera os produtos mais exportados por Mato Grosso com 78,59% de participação do mercado. Em valores o envio do produto ao exterior totalizou US$ 5,39 bilhões até setembro deste ano um aumento de 18% em relação ao mesmo período do ano passado. Mato Grosso respondeu ainda por 37% das exportações de soja em grão do País.
A carne, segundo produto da pauta de exportação, teve uma queda de 20% em valor e 1,7% em volume no acumulado de janeiro a setembro em comparação com o mesmo período de 2008 por conta principalmente da carne bovina que diminuiu em 30,8% em valores e 15,5% em volume. Na análise de Jandir Milan o fechamento de alguns frigoríficos importantes e o embargo da Rússia à carne bovina proveniente de Mato Grosso contribuíram para esta queda nas exportações. Mas ele acredita que a instalação de novas empresas frigoríficas no estado – JBS, Marfrig e Bertin principalmente – irá reverter os números em um futuro próximo. “Com a crise financeira mundial alguns mercados reduziram. Já há outros em expansão como é o caso da China que passou a importar aves do Brasil”.
Dados do Mdic/Fiemt revelam que a exportação da carne de aves teve um incremento de 15,2% e toneladas e 5,6% em valores. Já a exportação da carne suína cresceu 94,9% em volume e 30,5% em valores. “Mato Grosso tem que buscar novos mercados, esta diversificação é importante para que a economia fique protegida. A logística ainda é um entrave a um crescimento que poderia ser maior e isso tem que ser resolvido”, frisou Milan.
No setor florestal as exportações estaduais continuam apresentando uma forte retração de vendas de mais de 45% em valor. De acordo com Carlos Vitor Timo Ribeiro, assessor econômico da Fiemt, o setor continua tendo dificuldades com a queda no faturamento e com reduções também expressivas nos volumes embarcados de todos os produtos da pauta. Tais resultados continuam sendo influenciados pela crise internacional, especialmente no mercado imobiliário americano. A China é o principal mercado da madeira brasileira, seguida dos Estados Unidos e da Bélgica.
Já o milho vem se mantendo como o grande destaque acumulando aumento de 83,8% em quantidade e 43% em valor dado a queda de 22% na cotação média do produto. As vendas externas de algodão também cresceram em volume embarcado de 10,7% e queda de 3,4% em valor devido à retração de 12,7% no preço internacional.