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Taxas de exportação poderão subir

Guerra no Iraque poderá prejudicar preço do frango brasileiro e onerar os embarques internacionais.

Redação AI 19/03/2003 – A guerra no Iraque deve afetar o preço do frango exportado pelos criadores paranaenses. O preço do frete deve subir porque os grandes armadores já começaram a tirar seus navios das linhas marítimas para a região do conflito, no Oriente Médio. A guerra vai mexer com as exportações para os países árabes.

Com poucos navios fazendo as linhas do Golfo Pérsico, prevê Mariângela Rotta DeToni, executiva que opera no mercado de exportação de carne de frango, é imprevisível estimar a alta nos fretes. Mas, “os valores devem subir muito”. De acordo com a executiva, a tendência, numa zona de conflito, é a formação de cartéis de armadores.

As taxas adicionais de combustível bunk das embarcações que continuam se dirigindo para Dubai, na região do Golfo Pérsico, informa Mariângela DeToni, também já estão subindo. Os preços passaram de US$ 170 para US$ 500 a tonelada em poucos dias. As taxas de guerra (atualmente US$ 16/t) tendem a subir nos próximos dias.

Pressão sobre produtores

Diante do quadro, os importadores árabes terão que arcar com os aumentos do frete e das taxas. E é muito provável que vão pressionar os exportadores para obter redução no preço do frango – segundo análise de Mariângela DeToni. O início do conflito está em contagem regressiva desde segunda-feira. Expira hoje à noite o período de 48 horas que o governo Bush deu para Saddan Hussein deixar o Iraque.

“Apesar de continuar havendo demanda para a região, o preço do frango tende a baixar”, advertiu a executiva. E isso deve afetar o produtor de aves paranaense. Atualmente “a demanda é boa”, segundo ela. Os importadores estão ansiosos para fechar negócio, antecipando-se à revisão de preços e projetando lucros com a iminência do conflito.

Ao mesmo tempo, informa a operadora, o mercado da Rússia está se fechando para transações envolvendo carnes, enquanto os importadores japoneses pressionam para abaixar os preços. “Não está fácil o mercado de carnes”, afirma. Segundo informações que teve de um cliente de Dubai, parte da população iraquiana está buscando fugir do país, principalmente para os Emirados Árabes.