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Mercado Interno

Tendência de queda para o frango

<p>Valores estáveis no varejo podem ser sinal de movimento decrescente dos preços da carne de frango. Expectativa de aumento de preços no mercado em outubro não se confirmou.</p>

Os preços da carne de frango recuaram no mercado interno nos últimos dias. De acordo com pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a oferta interna superou a procura na semana passada devido à maior disponibilidade de carne por parte dos frigoríficos, principalmente os de menor porte. A expectativa por parte dos mercados era por um aumento nos preços da carne em outubro, que não se confirmou.

De acordo com o Cepea, entre 29 de outubro e 5 de novembro, o preço do frango congelado recuou 0,8%, passando para R$ 2,89/kg na última quinta-feira (5). Especialistas destacam que o produto comercializado no interior paulista enfrenta um mercado que pode ser considerado extremamente “débil”. O panorama é incomum para uma primeira semana de mês (por conta do pagamento) e, por isso, o frango tem sido negociado no mercado pela cotação oficial.

No mercado consumidor, porém, a queda não tem sido observada da mesma forma sistemática como o atual panorama do setor produtivo. A razão é uma só: as variações típicas do mercado não têm dado margem para descontos substanciais aos consumidores que compram tanto carne de frango, como também a bovina e a suína. No entanto, o cenário de desaceleração, pelo menos neste mês de novembro (há até quem aposte nesta redução pouco antes do Natal), pode significar preços menores para o consumidor em breve.

“Por enquanto, ainda estamos recuperando algumas perdas”, diz o gerente de açougue Sérgio dos Santos. “O momento é de estabilizar o preço para verificar o comportamento do mercado nos próximos meses”, completa. Os frigoríficos que haviam reforçado seus estoques optaram por ofertar o produto na tentativa de evitar maiores custos com armazenamento. O resultado foi a intensificação das quedas, já que vinham sendo observadas.

Os consumidores agradeceriam por uma nova queda nos preços. “Sempre é bom ter condições de comprar mais, mesmo com o salário sem aumento”, diz César Teixeira, que diz gostar da carne de frango mais do que qualquer outro tipo de carne. “É uma economia a mais para o nosso bolso”, completa. Já a dona de casa Celise Ribeiro destaca que os preços para o consumidor não estão ruins, mas seria ideal uma precisão maior sobre as mudanças futuras nos valores. “O problema é não saber como estará o preço amanhã ou semana que vem”.

Comportamento – A prova da volatilidade do mercado está em números como o Índice Cesta Básica, ICB – Esalq/Fealq, calculado pela Esalq Jr. Economia. Em 2008, o comportamento do mercado também fez com que a carne de frango passasse por variações, até fechar o ano em alta. No início do ano passado, os preços caíram, por conta do aumento da oferta, cenário desagradável para os produtores, que diminuíram a oferta do produto. O quilo passou de R$ 3,38 em dezembro de 2007, para R$ 3,77 no final de 2008.