Redação (30/10/2008)- A angústia vivida pelas cooperativas brasileiras é compartilhada por sociedades da Europa, Ásia e América. A crise global, aliada a outros fatores conjunturais específicos, afetou planos e deverá influenciar as decisões de investimento em 2009.
As cooperativas portuguesas sofrem com a concorrência da produção dos países do Leste Europeu, sobretudo de Polônia e República Tcheca. "A crise afetará o consumo porque o desemprego começa a aumentar com a redução de poder de compra das famílias. Os preços pagos ao produtor já caíram e a recente alta nos preços dos alimentos também reduziu o consumo interno", analisa o presidente da Confederação Nacional das Cooperativas (Confagri) Francisco João Silva. "Mas a inflação está controlada".
Para Silva, ainda não é possível saber a extensão da crise financeira, mas o problema é maior porque vem associado a crises econômicas, de preços e climática. "O pior é que a Europa está no meio do desmantelamento da PAC [Política Agrícola Comum], abrindo mercados a produtos baratos do Brasil, China e Índia."
Os produtores da China também estão preocupados com a freada no crescimento econômico do país, o que tem garantido bons preços internacionais em benefícios das cooperativas locais. "Não sabemos até que ponto podemos reduzir o consumo interno, mas há sinais preocupantes", diz o chefe do Departamento de Comércio Exterior e Economia Internacional da China Co-Op, Xu Mingfeng. Os chineses estão às voltas com limitações ambientais cada vez mais complicadas para ampliar suas atividades agropecuárias.