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Fertilizantes

Timac amplia operação no País

<p>Após um ano difícil, Timac vai reativar fábrica de adubos. Companhia francesa também planeja abrir mais dois escritórios e um centro de pesquisa no Brasil.</p>

Depois de um ano difícil, com quedas na produção, faturamento e resultado influenciadas pela crise financeira global, a Timac Agro, subsidiária do grupo francês Roullier no segmento agropecuário, já se prepara para a esperada recuperação do mercado brasileiro em 2010. O plano inclui a reativação da fábrica de fertilizantes em Santa Luzia do Norte (AL) já neste mês, a abertura de mais dois escritórios de vendas no País e a produção de suplementos minerais para nutrição animal nas plantas de Candeias (BA) e de Rio Grande (RS), que também pode receber o primeiro centro de pesquisa e desenvolvimento fora da Europa.

Segundo o presidente da Timac Agro Brasil, Alain Fossoux, as vendas da companhia alcançarão no máximo 500 mil toneladas de fertilizantes granulados em 2009, ante as 750 mil de 2008 (sendo pouco mais de 20% para exportação) e a capacidade instalada de 900 mil toneladas anuais nas três fábricas no País. Com a retração dos preços, que ainda estão em média 35% menores do que no pico de agosto do ano passado, o faturamento no País deve cair cerca de 50% em relação aos R$ 743 milhões de 2008 e a geração de caixa (lajida) ficará negativa em até US$ 10 milhões.

A retração das vendas da Timac supera a previsão de Fossoux para todo o mercado, que é de queda de 8% frente às 22,4 milhões de toneladas entregues em 2008, segundo dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda). “Decidimos não vender com perdas nem seguir as loucuras do mercado”, afirma o executivo francês, há três anos no cargo.

De acordo com ele, com a redução da demanda a planta de Alagoas, com capacidade para 150 mil toneladas por ano, foi paralisada em novembro do ano passado e a de Rio Grande, capaz de produzir 600 mil toneladas anuais, operou de forma intermitente no primeiro semestre de 2009.

Mesmo assim, e depois da reação das vendas domésticas do setor desde agosto, a empresa prevê investimentos de cerca de R$ 20 milhões – com recursos próprios – no ano que vem, quando ela espera voltar aos níveis de vendas de 2008. Uma das estratégias será reforçar a equipe comercial com dois novos escritórios, em Goiás e Minas Gerais, que começarão a operar em janeiro. Hoje, além das fábricas, a Timac tem unidades comerciais no Paraná e em Campinas (SP), e em até três anos pretende dobrar o número de vendedores de campo, para mais de 400 no país.

Conforme o executivo, os planos para 2010 preveem ainda o início da implantação de linhas de produção de suplementos minerais para nutrição animal em Rio Grande e em Candeias, onde a companhia tem capacidade instalada de 250 mil toneladas por ano de fertilizantes granulados. São os “blocos de lamber” para os bovinos, destinados a suprir as deficiências nutricionais das pastagens, explica o diretor de relações institucionais Torvaldo Marzolla Filho, que preside o Sindicato da Indústria de Adubos do Rio Grande do Sul (Siargs). No ano passado, a empresa importou da França 780 toneladas desses produtos.

Em 2006, quando ainda operava com a marca Roullier, a Timac chegou a planejar a ampliação da capacidade de Rio Grande para 1 milhão de toneladas por ano. “Mas a situação mudou”, relata Fossoux. Depois de operar a 100% da capacidade até setembro de 2008, a unidade rodou 2009 numa média de 50% e tem espaço para absorver o crescimento da demanda em 2010. Nos últimos dois anos a fábrica recebeu R$ 5,3 milhões em investimentos em proteção ambiental e no ano que vem poderá abrigar um centro próprio de pesquisa e desenvolvimento para reforçar a produção de fertilizantes de maior valor agregado.

Segundo o executivo, fertilizantes diferenciados, que agregam elementos adicionais ao nitrogênio, fósforo e potássio reunidos no grão, já representam mais de 50% da produção de Rio Grande. “As commodities garantem o volume, mas o que nos faz viver são os produtos de alta tecnologia”, afirma.

A Timac Agro tem dois centros de desenvolvimento na França e um na Espanha, mas as especificidades da agricultura brasileira justificam a implantação de uma unidade no país, onde a empresa também desenvolve pesquisas com universidades e empresas como a Embrapa, explica Fossoux.