Redação (29/08/06)- A União Européia discutirá a situação sanitária de produtos agropecuários importados do Brasil, na semana que vem, na primeira reunião do Comitê Permanente da Cadeia Alimentar e de Saúde Animal do bloco, após as férias do verão europeu. O comitê ouvirá explanação sobre missão ao país, que abordou o plano de monitoramento e controle de resíduos e contaminantes apresentados pelo Brasil.
Esse plano foi aprovado parcialmente pela UE, para as carnes bovina e de aves. Mas Bruxelas quer também o controle para pescados, camarão e carne eqüina. “A UE continua preocupada com a situação no Brasil e quer mais garantias sobre os produtos que importa”, afirmou Philip Tod, porta-voz para questões sanitárias da UE.
Maior cliente dos produtos agropecuários do Brasil, a UE tem insistido para o país reforçar os controles sanitários. A Copa Cogeca, principal central agrícola europeia, pediu em julho para Bruxelas proibir a entrada de produtos agrícolas brasileiros, alegando que não respeitariam as normas sanitárias. “Não recebemos resposta da UE, mas estamos atentos ao problema”, disse uma porta-voz da entidade.
Enquanto isso, a carne bovina brasileira pode ter mais espaço na Suíça, país que não faz parte da UE. O governo suíço confirmou que vai bloquear a importação de carne procedente dos Estados Unidos a partir de 2007, porque, como a UE, não aceitará mais carne tratada com hormônio.
Hoje, 85% das importações de carne bovina da Suíça vêm do Brasil. E a expectativa é de que as compras do produto brasileiro aumentem, substituindo a importação procedente dos EUA, por exemplo. “Nao temos problema com a carne brasileira”, declarou o assessor Marcel Falk, da divisão suíça de questões sanitárias.
Além disso, a Suíça decidiu investigar se os Estados Unidos estâo vendendo arroz transgênico para seu mercado. No país, uma moratória aprovada em votação popular proíbe a importação de produtos com ingredientes transgênicos. Mas, após a descobertra de traços de arroz transgênico recentemente, nos estoques nos EUA, os suíços decidiram agir. É que 30% do arroz consumido no país vem dos EUA. O Japão, que também importa arroz americano, já suspendeu as compras.