Redação (13/04/2009)- Divulgado na última quinta-feira, o últimos relatório mensal do Departamento da Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sobre oferta e demanda de grãos no país trouxe alterações substanciais nas estimativas sobre estoques de trigo e soja que influenciaram as cotações internacionais de ambos. Para o milho, que completa a trinca de commodities agrícolas mais negociadas, a influência dos novos números foi menor, pelo menos em um primeiro momento.
O mercado de trigo foi particularmente influenciado pela elevação promovida pelo USDA em sua previsão para os estoques finais mundiais nesta temporada 2008/09. Conforme o órgão, haverá em 31 de maio 158,1 milhões de toneladas do cereal estocadas no planeta, quase 30% mais que no fim do ciclo 2007/08. Em março, a projeção sinalizava 155,85 milhões de toneladas.
Colaborou para o ajuste a redução da estimativa do USDA para a demanda global em 2008/09. Em março, a previsão apontava 648,7 milhões de toneladas, mas o volume agora caiu para 646,3 milhões.
Na bolsa de Chicago, os contratos futuros com vencimento em julho encerraram a semana passada a US$ 5,3350 por bushel, em baixa de 10,25 centavos, enquanto na bolsa de Kansas o mesmo vencimento caiu 9,75 centavos, para US$ 5,80 por bushel.
No caso da soja, a variação das cotações dos papéis para entrega em julho foi pequena em Chicago na quinta-feira – alta de 0,5 centavo, para US$ 10,02 -, mas o contrato permaneceu acima de US$ 10 e a revisão realizada pelo USDA nos estoques pode oferecer maior suporte nos próximos dias.
De acordo com o órgão, o estoque final mundial será de 45,84 milhões de toneladas, ante 53,09 milhões em 2007/08. Em março, o USDA projetava 49,95 milhões para a atual temporada.
Em boa medida, a correção derivou do corte na estimativa para a produção na Argentina, terceiro maior exportador de soja do mundo. Devido às perdas provocadas por uma prolongada estiagem, o USDA passou a prever a colheita no país sul-americano em 39 milhões milhões de toneladas, ante as 43 milhões previstas em março. Os embarques argentinos foram reduzidos de 11,7 milhões para 10,1 milhões de toneladas, ainda mais longe do volume do Brasil, o segundo maior exportador (25,14 milhões). Os EUA seguem na liderança entre os exportadores, com 32,93 milhões de toneladas.
No milho, o USDA projetou leve queda dos estoques finais, mas em Chicago pesou a expectativa de que os produtores americanos acelerem as vendas para pagar o imposto de renda; Resultado: julho caiu 7 cents, para US$ 3,9975 por bushel.