Redação (08/08/2008)- O mês de julho registrou duas marcas históricas no resultado da balança comercial do agronegócio: as exportações totalizaram US$ 7,9 bilhões, valor 50% superior ao de julho de 2007, e o superávit alcançou a cifra de US$ 6,8 bilhões. As vendas externas do agronegócio nos últimos 12 meses também foram recorde, atingindo US$ 68,1 bilhões no período entre agosto de 2007 e julho deste ano. Nos primeiros sete meses de 2008, as exportações do agronegócio somaram US$ 41,7 bilhões.
Os setores que mais contribuíram para o aumento do valor absoluto das exportações foram o complexo soja, carnes, produtos florestais e o complexo sucroalcooleiro. Em julho, o Brasil exportou US$ 2,8 bilhões em produtos do complexo soja. As vendas de soja em grão aumentaram 121% alcançando US$ 1,9 bilhão. O bom resultado foi obtido tanto pelo aumento de preços no mercado externo (71,8%), quanto pelo incremento da quantidade exportada (28,7%).
As exportações de farelo de soja totalizaram US$ 536,5 milhões, valor 97,7% maior em relação a julho de 2007. Os preços internacionais desse produto subiram 74,9%, enquanto a quantidade exportada cresceu 13%. As vendas externas de óleo de soja também foram beneficiadas tanto pelo aumento dos preços no mercado internacional, de 72%, como pelo crescimento de 19,5% do volume embarcado. Com isso, as exportações desse produto alcançaram a cifra de US$ 391 milhões, número 101,8% maior que julho do ano passado.
As exportações de carnes (bovina, de aves e suína) subiram 55,2%, totalizando US$ 1,4 bilhão. O bom resultado do setor foi devido ao aumento dos preços e também pelo crescimento das quantidades exportadas das carnes de aves e suína. O valor exportado de carne bovina in natura aumentou 49%, por conta do incremento 55,5% dos preços no mercado externo. O valor das exportações de carne de frango in natura em julho continuou apresentando forte crescimento e superou em 61% o valor do mesmo período de 2007. O crescimento da carne suína no mês de julho foi de 88,8%.
Embora não apresente cifras muito expressivas em relação a outros setores exportadores, é importante salientar o bom desempenho do setor de lácteos que exportou, no mês passado, 226,3% a mais que julho de 2007. De janeiro a julho deste ano, foram exportados US$ 291 milhões em produtos lácteos, valor 169% maior que no mesmo período do ano anterior. Esses números refletem o crescimento da demanda mundial por esses produtos e confirma o processo de consolidação do Brasil como grande exportador de lácteos.
Resultado acumulado em 12 meses – A marca histórica de US$ 68,1 bilhões das exportações do agronegócio, registrada no período entre agosto de 2007 e julho de 2008, foi 24% superior ao valor das vendas entre agosto de 2006 e julho de 2007. O superávit nos últimos 12 meses foi de US$ 57,3 bilhões.
Os setores que mais se destacaram no período foram o complexo soja, com US$ 16,5 bilhões; carnes, com US$ 13,5 bilhões; cereais, farinhas e preparações, com US$2,6 bilhões; produtos florestais, com US$ 9,5 bilhões.
Principais países e blocos de destino – Nos últimos 12 meses, a União Européia (UE) ainda lidera com folga como região de maior destino das exportações do agronegócio brasileiro. Entretanto, a Ásia, excluindo os países do Oriente Médio, praticamente empata com a UE, no mês de julho.
O fato decisivo para o crescimento das exportações brasileiras para os asiáticos foi a China, que, em maio, assumiu o primeiro lugar no ranking dos países de destino das exportações. Nos primeiros sete meses do ano, as vendas para aquele país cresceram 103% e obtiveram participação de 13,2% como destino das exportações do agronegócio brasileiro. A China ultrapassou os Países Baixos e os Estados Unidos, que detêm participação de 9,5% e 8,7%, respectivamente.
Vale ressaltar, também, o elevado crescimento das exportações para Venezuela (144%). Nos primeiros sete meses de 2007, havia sido exportado o equivalente a US$ 486 milhões, esse valor deu um salto para US$ 1,1 bilhão em igual período deste ano.
Houve, ainda, crescimento dos valores exportados para os seguintes mercados: Aladi (66%), Ásia (64%), Europa Oriental (44,8%), Mercosul (26,9%) e União Européia (26,9%). Em termos de participação, destacam-se a União Européia (33,6%), Nafta (9,8%) e Europa Oriental (7,8%).
Importações – Em relação às importações, em julho, o Brasil importou menos quantidades de trigo (19%), arroz (65,2%) e milho (75,8%). No entanto, em comparação com o mesmo período do ano anterior, as importações foram superiores em 55,2% em razão, principalmente, do aumento dos preços.