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Transporte

Vantagem do novo canal do Panamá está distante do Brasil

Além da redução de carga provocada pela crise econômica, o país enfrenta dificuldades para receber em seus principais portos navios de grande porte que poderão passar pelo novo canal

Vantagem do novo canal do Panamá está distante do Brasil

A abertura do novo canal do Panamá — considerada uma revolução no transporte mundial devido ao aumento da capacidade de movimentação de carga por navios — começa a funcionar neste fim de semana, mas não beneficiará o Brasil de imediato.

Além da redução de carga provocada pela crise econômica, o país enfrenta dificuldades para receber em seus principais portos navios de grande porte que poderão passar pelo novo canal.

Construída nos últimos sete anos ao custo de US$ 5,2 bilhões (cerca de R$ 17,7 bilhões), a nova passagem aumentará a capacidade do comércio entre o Atlântico e o Pacífico, o que tende reduzir preço de frete, barateando custo dos produtos importados e exportados.

No canal construído há pouco mais de cem anos podiam passar navios com capacidade para transportar no máximo 6.000 contêineres de 20 pés. Agora, os chamados New Panamax, embarcações com capacidade para até 14 mil contêineres de 20 pés, poderão cruzar o novo canal.

Mas os principais portos do país não têm capacidade para receber esses novos navios. Os New Panamax precisam de 15 metros de calado (altura máxima de operação) para operar plenamente.

Quase todos os portos do país operam abaixo disso. No último mês, o porto de Santos, o maior do Brasil, por onde passa 1 de cada 3 contêineres movimentados nacionalmente, teve que reduzir sua capacidade e perdeu entre 0,9 metro e 0,5 metro de calado.

Segundo a Codesp, que administra o porto, o contrato de dragagem venceu. Agora, na maré baixa, navios com 11,2 metros podem passar.

A Codesp informou que “irá elaborar, em conjunto com a Capitania dos Portos, um plano para a realização da dragagem ‘cirúrgica’ (exclusivamente nos pontos de assoreamento que determinaram a redução)”.

Antonio Domingos, presidente regional da Maersk Line, maior operadora do mundo de navios de contêineres, diz que o país está sem rotas para a Ásia que passem pelo Panamá no momento. Esse caminho pode reduzir a viagem em até três dias.

De acordo com ele, no atual momento da economia não há carga para transportar que justifique a rota, mas o país precisa melhorar seus portos para não perder competitividade quando voltar a ter maior capacidade de comércio exterior.