Redação AI 29/11/2004 – A vantagem competitiva que a valorização do euro ante o dólar poderia produzir para a carne de frango brasileira, ante seus concorrentes diretos no abastecimento da União Européia, é limitada pelas cotas de importação da região, analisou hoje o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Aristides Vogt. “O crescimento das exportações iria parar nas cotas”, comentou, sobre as perspectivas de o produto brasileiro ganhar mais mercado pelo diferencial de preço.
Os frigoríficos gaúchos são fortemente exportadores e a União Européia absorve cerca de 12% da carne de frango produzida no Estado, lembrou Vogt. Os contratos externos são negociados em dólares, à exceção da Europa, onde a moeda utilizada é o euro, observou o dirigente. Como a maior parte dos negócios utiliza o dólar, a queda da moeda norte-americana frente ao real preocupa os exportadores, comentou ele. “O que está compensando um pouco é que as principais commodities agrícolas estão atreladas ao dólar”, acrescentou.
Com a valorização do real frente ao dólar, os exportadores tentam incluir outras moedas nas negociações, mas essa compensação bancária não é usual e dificulta a realização das vendas, explicou o dirigente. De janeiro a outubro, o Brasil exportou 232 mil toneladas de carne de frango (cortes e inteiros) para a União Européia, com queda de 12,87% ante o mesmo período de 2003.