Redação (7/4/2009) – A média diária das exportações brasileiras, na semana passada, teve queda de 12,8% em relação à média registrada em abril do ano passado, mas cresceu 8,7% na comparação com a média diária das vendas externas em março último, segundo boletim do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, divulgado ontem (6).
O desempenho das importações foi ainda mais fraco, com redução de 33,9% na comparação com a média diária obtida em abril de 2008, e registrou queda de 15% também em relação à média diária de mês anterior. Ao contrário do ano passado, quando as importações evoluíram sempre acima das exportações, nesse momento de arrefecimento do comércio internacional, as exportações se comportam ligeiramente melhores que as importações.
Segundo análise do boletim, é cedo para se afirmar que isso seja uma tendência de mercado, tendo em vista que todos os países, sem exceção, reduziram abruptamente as compras de produtos manufaturados (de alto valor agregado) e de semimanufaturados. A ordem geral é comprar só o necessário; basicamente produtos de origem agrícola (alimentos) e minerais, com cotação mundial em dólar – as chamadas commodities.
Nesse quesito, o Brasil faz a diferença. Números do ministério, relativos à balança comercial (exportações menos importações) da semana passada, mostram que as vendas externas de produtos básicos aumentaram 20,9% em relação à média diária contabilizada em abril de 2008. Crescimento estimulado principalmente pelos embarques de minérios de ferro e de cobre, farelo de soja e petróleo em bruto.
Esse movimento favorável às exportações vem sendo observado há pelo menos dois meses. Tanto que o saldo acumulado no ano já soma US$ 3,6 bilhões – exatamente igual ao superávit registrado em igual período do ano passado. Os analistas financeiros, pesquisados todas as semanas pelo Banco Central para sentir as tendências do mercado, também ajustam suas previsões de saldo comercial em 2009 para cima. No início de março eles projetavam saldo de US$ 13 bilhões no ano e, de acordo com o boletim Focus divulgado hoje, a projeção subiu para US$ 14,5 bilhões.