Redação (09/12/2008)- "O ano de 2008 estava indo muito bem, com aumentos de produção, preços e boa demanda. Mas, em novembro, as exportações de carne suína foram afetadas pela crise internacional adicionada a tragédia em Santa Catarina, que prejudicou a capacidade do porto de Itajaí", afirmou Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), durante almoço de confraternização realizado pela entidade ontem (08) em São Paulo (SP).
Camargo Neto evitou fazer projeções para 2009, mas foi enfático ao dizer que a atual conjuntura do setor exige cautela. Segundo ele, o governo brasileiro ainda é "lento" na hora de driblar a crise financeira e os problemas decorrentes da escassez de crédito. "As grandes empresas estão revendo seus investimentos para o próximo ano, mas o câmbio deverá estar mais favorável às exportações e o preço de matérias-primas, como o milho, deve ser menor em 2009".
O dirigente foi otimista ao falar da abertura de novos mercados, destacando o reconhecimento de Santa Catarina como livre de aftosa sem vacinação pelo Chile, a vinda de uma missão veterinária dos Estados Unidos com o objetivo de abrir o mercado norte-americano, o interesse do Japão em também abrir suas portas e a expectativa de avanços para quebrar a resistência chinesa, após a liberação das exportações de carne de frango. Camargo também defendeu uma missão brasileira para a África do Sul, afirmando que a exportação de carne suína para aquele país depende apenas de um pequeno diálogo.
Números
– De acordo com dados fornecidos pela Abipecs, a produção de carne suína de 2008 deve atingir 3,03 milhões de toneladas (Mercado Interno 2,46 milhões t ; Mercado Externo 570 mil t).
– O faturamento do setor provavelmente vai alcançar US$ 1,6 bilhão.
– O consumo per capita nacional atingiu os 13,2 kg.
– O preço médio das exportações de carne suína em 2008 deve ser de US$ 3.000 por tonelada.
– O preço médio no mercado interno será de R$ 6,00 por quilo.
– As projeções para 2009 da entidade apontam crescimento de 2,3% em volume de produção (3,1 milhões de t).
Visão otimista e cautelosa
<p>Apesar dos bons resultados de 2008 e a probabilidade de abertura de novos mercados, a Abipecs está incerta em relação ao futuro das exportações do setor suinícola.</p>