Redação (27/09/07) – As vendas somaram negócios de US$ 546 milhões, o maior registrado durante o ano. Já a pauta estadual soma nos primeiros oito meses de 2007, US$ 3,26 bilhões e as importações batem recordes com crescimento de 92%, atingindo cifras de US$ 475,98 milhões, quase meio bilhão no período.
Apesar da aparente recuperação, afinal o saldo da balança comercial indica superávit. O acumulado no período, US$ 2,78 bilhões, é apenas 3% superior ao registrado de janeiro a agosto de 2006, US$ 2,70 bilhões. Já as exportações do período ficaram 10% acima do contabilizado no mesmo período do ano passado, mas abaixo do percentual de 16% aferido pelas exportações brasileiras até o momento.
As exportações que somaram US$ 3,26 bilhões são 10,6% maiores do que o valor de US$ 2,95 bilhões de 2006, no acumulado de janeiro a agosto, confirmando a queda nos índices de desempenho neste ano, longe da marca de 16% de crescimento das exportações nacionais, no mesmo período.
O desempenho aquém do esperado no acumulado de 2007 – em comparação ao ano passado – é motivado pelo aumento das importações, estas reflexo direto da desvalorização do dólar frente ao real. Para se ter uma idéia do que representa a alta das compras promovidas pelos mato-grossenses, no mesmo período do ano passado as importações somaram US$ 247,82 milhões, contra os atuais US$ 475,98 milhões. Como sempre, o carro-chefe deste segmento foram as matérias-primas que servem para produção de insumo agropecuários, como potássio, zinco, sulfato e uréia e também ganharam destaque as compras de peças de vestuário e pneus novos para caminhões, ônibus e automóveis.
Como frisa o assessor econômico da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Carlos Vítor Timo Ribeiro, a desvalorização abocanhou cerca de R$ 620 milhões, cifras que deixaram de ser contabilizadas pela diferença entre a cotação do dólar em agosto deste ano e a de agosto do ano passado. “As perdas cambiais são reflexo da valorização do real frente ao dólar. O valor acumulado das vendas externas em nossa moeda seria de R$ 7,04 bilhões com o dólar de agosto de 2006 e não de apenas R$ 6,42 bilhões até agosto de 2007. Consideramos a cotação média de R$ 2,15 em agosto/2006 e de R$ 1,96 em agosto/2007, queda de 8,8% no período”.
Agosto:
Em agosto de 2007, as exportações mensais foram de US$ 546 milhões, 16% acima do valor de agosto de 2006 e 32% maior do que em julho deste ano.
Como observa o presidente da Fiemt, Mauro Mendes, o milho é a grande vedete do ano. Pela estatística do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação, o grão registra até o momento aumento de mais de 1.600% no valor exportado e mais de 1.000% em volume, superando 1,39 milhão de toneladas, “aproveitando o expressivo aumento de 53% da cotação internacional do produto, no período considerado, gerado em parte, pela enorme pressão da demanda norte-americana do produto para a produção de etanol, abrindo o mercado internacional para o milho brasileiro”, explica Ribeiro.
Pauta:
Este acumulado dos oito primeiros meses revela que o complexo soja perde espaço: atualmente, tem participação de menos de 70%, quando em anos anteriores passava de 80%. Conforme análise de Ribeiro, as exportações do complexo soja até agosto totalizaram US$ 2,18 bilhões, registrando queda de 5% em relação ao mesmo período do ano passado.
O valor total exportado de soja em grão foi de US$ 1,51 bilhão contra US$ 1,74 bilhão no ano passado, uma redução de 13% resultante da queda ainda maior de 26% no volume físico exportado, mesmo com o aumento de 17% no preço externo do produto, no período considerado.
Já os subprodutos, farelo e óleo de soja, em especial, registraram aumentos no faturamento de 15% e 31%, respectivamente, por conta do aumento nas cotações internacionais de 12,5% no farelo e de 42% no óleo, compensando a redução no volume exportado de 7,8% no caso do óleo e aumento de apenas 2,4% no farelo.
A evolução das exportações estaduais de carnes – o maior destaque de nossa pauta em 2006 e mantendo-se em 2º lugar neste ano – totalizou US$ 486,40 milhões, crescimento de 46% em cifras comercializadas. A carne suína teve aumento de 1,084% em valor e 953% em volume.
Houve aumento de 32,6% no valor exportado total, para os produtos de base florestal de nossa pauta – 3º lugar no ranking – fortemente concentrado em madeira serrada e perfilada/compensada – que evoluíram positivamente, no período.