Redação (22/07/2008)- O novo momento do ciclo pecuário, marcado pela menor oferta de animais para abate, repercute nos embarques brasileiros de carne bovina. No primeiro semestre, frigoríficos do país exportaram 1,1 milhão de toneladas em equivalente-carcaça, uma redução de 19% em volume na comparação com igual período do ano passado, informou a Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne).
Também pesaram para essa baixa as restrições da União Européia à carne brasileira e a alta dos preços dos cortes bovinos, sempre um fator que limita as aquisições. Em contrapartida, justamente as cotações em elevação fizeram com que as receitas das exportações aumentassem, apesar do número menor de contêineres embarcados. O valor chegou a US$ 2,5 bilhões, 13% mais do que os seis primeiros meses de 2007. Segundo a Abiec, o preço da tonelada exportada pelo Brasil cresceu 40% no primeiro semestre, para US$ 3.500.
Os exportadores identificaram na União Européia -que restringiu compras do Brasil no início do ano por falhas no sistema de rastreamento dos rebanhos-, nos países do Leste Europeu e em novos compradores da Ásia -interessados em produtos mais em conta- os principais fatores de encolhimento nas aquisições externas de carne bovina do país.
Para reverter esse recuo, a Abiec apóia ações para reabrir o mercado do Chile, aprimorar o Sisbov (o serviço nacional de rastreabilidade) -para retomar volume na Europa- e conquistar novos mercados na Ásia, em especial a Indonésia.