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Basf amplia opções

Multinacional alemã passa a focar também segmento de frutas e hortaliças, para manejo integrado. Basf amplia leque de defensivos biológicos no Brasil.

A multinacional alemã Basf está introduzindo no mercado brasileiro dois novos tipos de defensivos biológicos – um biofungicida e um feromônio. Os dois produtos, chamados de biológicos por não terem matérias-primas químicas em sua composição, terão como foco principal o segmento de frutas e hortaliças.
O biofungicida, que tem como ingrediente ativo a bactéria Bacillus subtilis, entrou no portfólio da Basf em abril do ano passado, quando a empresa fechou um acordo de cooperação com a americana AgraQuest, detentora da tecnologia. O acordo de distribuição é mundial, mas as vendas ainda não haviam começado no Brasil por falta de registro. A empresa informou que recebeu no fim de maio aval do governo para a comercialização do produto.

De acordo com Fábio Del Sistia, diretor de marketing da unidade de proteção de cultivo da Basf para a América Latina, o biofungicida será uma ferramenta a mais, e não exclusiva, para o controle de pragas. “A Basf vê o manejo integrado como a melhor solução para o controle de pragas”, disse o executivo ao Valor, lembrando que a empresa já trabalha com inoculantes no país.

O biofungicida terá aplicações para cinco tipos de pragas que assolam três culturas brasileiras: a mancha-púrpura (Alternaria porri), que ataca as plantações de cebolas, a podridão-olho-de-boi (Cryptosporiopsis perennans) e o mofo-cinzento (Botrytis cinerea), com ocorrência na maçã, e o oídio (Sphaeroteca macularis) e o mofo-cinzento (Botrytis cinerea) das lavouras de morangos.

Em outra frente, a empresa já disponibiliza seu primeiro feromônio no Brasil, que tem como função causar “confusão sexual”. Sua aplicação, neste caso, tem como alvo a mariposa oriental (Grapholita molesta), que ataca as culturas de pêssegos e maçãs.

A múlti importará o produto ativo e fará a formulação dos produtos no Brasil. Segundo Del Sistia, a Basf está “em fase de investigação” para trazer outros produtos biológicos ao Brasil, tendo em vista a expansão desse mercado no país, ainda dominado por empresas menores. Além da Basf, a Bayer CropScience também estuda investidas no segmento.

O mercado dos defensivos biológicos é ainda bastante pequeno dentro do universo total da indústria de agrotóxicos. Nos últimos tempos, no entanto, têm se multiplicado as iniciativas das indústrias nesse segmento. Em um universo de 1,4 mil agrotóxicos registrados, só 21 são biológicos. Há dois anos, eram 11.

O segmento tem o incentivo do Ministério da Agricultura, que passou a oferecer facilidades aos fabricantes do país. Uma delas é o tempo de aprovação de registro. O órgão afirma que enquanto o processo de registro convencional leva até 24 meses, o de um agente biológico pode ser finalizado em 8 meses.