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Basf cria diretoria para biotecnologia

Nova área dará suporte ao lançamento da soja transgênica desenvolvida em parceria com Embrapa.

A multinacional alemã Basf vai criar uma diretoria voltada exclusivamente para projetos de biotecnologia na América Latina. A nova área, chamada de Plant Science, dará suporte ao lançamento da primeira soja geneticamente modificada da companhia, desenvolvida em parceria com a Embrapa. A diretoria ficará alocada dentro da divisão de Proteção de Cultivos.

“Nossa incumbência será fortalecer nosso arcabouço institucional para atuar nesse ramo”, afirma Luiz Carlos Louzano, que será o diretor responsável. Mais detalhadamente, o objetivo é formar equipes e ganhar know-how nas áreas de regulamentação, desenvolvimento de campo e qualidade. “Não adianta muito ter laboratórios maravilhosos sem um alicerce nessas áreas”.

Aprovada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) em dezembro de 2009, as primeiras sementes de soja transgênica deveriam começar a ser comercializadas já na safra 2011/12, mas a demora em obter os registros nos países importadores retardou o lançamento para o ano que vem. “Não contávamos com as dificuldades que iríamos enfrentar. A China mudou as regras no meio do caminho, o que atrasou em dois anos todo o processo”, conta o executivo.

Com o novo produto, resistente ao seu herbicida, a Basf espera abocanhar até 20% do mercado brasileiro de soja transgênica, hoje dominado pela Monsanto, em até cinco anos. Cerca de 80% da área destinada à oleaginosa é cultivada com sementes geneticamente modificadas. A Basf espera avançar principalmente sobre as regiões que desenvolveram algum tipo de resistência ao herbicida da Monsanto.

A Plant Science também ficará responsável pelo desenvolvimento, em parceria com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), de uma variedade de cana-de-açúcar tolerante à seca. O objetivo é colocar as novas sementes no mercado até o fim da década.

A criação da diretoria, afirma Louzano, também será importante para viabilizar novos investimentos no país. “Passamos a participar das decisões e aumentamos nosso poder de barganha junto à matriz na disputa por verbas para novos projetos”, explica. Em 2010, a Basf investiu, globalmente, € 42,9 milhões em pesquisa e desenvolvimento na área de biotecnologia agrícola.