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Empresa

Basf descentraliza a área de pesquisa

Na América Latina, empresa já registrou quatro patentes de pesquisadores independentes relativas a defensivos.

Para conseguir sempre desenvolver novas formas de aumentar a produtividade agrícola no Brasil, nem sempre os profissionais de uma empresa são suficientes.

Mesmo que esta empresa seja a Basf, gigante alemã do segmento químico que conta com 100 funcionários na divisão de pesquisa de defensivos agrícolas na América Latina.

A ordem da matriz, segundo a estratégia para os próximos dez anos, é descentralizar as áreas de pesquisa e o desenvolvimento, segundo conta Leandro Martins, diretor da área.

O que está por trás da ordem da matriz é o conceito de inovação aberta, que tem como base a compra de processos inovadores de pesquisadores e outros membros da comunidade científica.

E é isso que a Basf quer incentivar. Para isso, a empresa promove, por exemplo, o evento Top Ciência, que tem como objetivo selecionar e premiar os melhores trabalhos que indiquem alternativas para o aumento da produtividade no campo, com rentabilidade.

Tipo exportação – Ideia do Brasil, onde a iniciativa está na sétima edição, o prêmio já foi levado para a Ásia e está sendo agora implementado também na Europa, com base nas instruções da matriz para promoção da inovação aberta.A comissão julgadora do prêmio elege as melhores pesquisas levando em consideração fatores como a inovação da proposta, a viabilidade de implementação prática e a qualidade dos resultados alcançados.

Das edições que já aconteceram na América Latina, saíram até hoje quatro patentes de defensivos agrícolas, número significativo se levado em conta o tempo médio para desenvolvimento de novos produtos nesta área, que é de dez anos, segundo a Basf. Destas quatro patentes, três vieram do Brasil e uma do Chile.

Um dos produtos já patenteados é voltado para o aumento da qualidade do grão do trigo e, consequentemente, da farinha usada para panificação. Tavares conta que, no Brasil, um dos desafios é mostrar aos cientistas que, ao publicarem um trabalho, a patente se torna pública e eles perdem a oportunidade de registrá-la. De acordo com o executivo, esta ainda é uma prática comum no Brasil.

Mesmo assim, cerca de 600 projetos foram inscritos na última edição do Top Ciência. O interesse dos pesquisadores é na venda da patente ou em uma possível parceria para divisão dos lucros.

Além das contribuições dos cientistas por meio do prêmio, este ano a Basf fez também uma parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para desenvolvimento de uma bactéria fixadora de nitrogênio para a cana. Tavares explica que tem como objetivo diminuir a irrigação hidrogenada feita pelo agricultor. A parceria também tem como base a orientação voltada para inovação aberta.

Investimentos – No mundo, a área de defensivos agrícolas da Basf é a que recebe o maior percentual do montante total direcionado para inovação anualmente. Em 2010 foram € 1,5 bilhão no total (aproximadamente de R$ 3,6 bilhões), dos quais cerca de 25% foram para esta área.

No mercado de defensivos não é possível que as pesquisas fiquem centralizadas na matriz. “No Brasil, por exemplo, existem fungos que não são cultivados em outras regiões”, explica Tavares.

Há determinadas doenças da soja que só acontecem aqui”, diz. Por conta dessa necessidade de inovação constante que cerca de € 1 milhão são investidos diariamente pela Basf em defensivos agrícolas no mundo. Do total anual, € 42,9 milhões foram voltados para biotecnologia.

Globalmente, a receita da Basf subiu 12% no terceiro trimestre do ano comparada com o mesmo período de 2010, totalizando € 17,61 bilhões. A área de proteção de cultivos teve vendas de € 4 bilhões em 2010, dos quais Aproximadamente € 1 bilhão é proveniente da América Latina, África e Oriente Médio.

Os produtos desta divisão da Basf são usados em saúde pública, controle de pragas urbanas, plantas ornamentais e gramados, controle de vegetação e silvicultura.