Após anunciar resultados financeiros expressivos no terceiro trimestre de 2024, incluindo o primeiro pagamento de dividendos desde 2016, a BRF avança em sua estratégia de internacionalização. A empresa adquiriu, por R$ 250 milhões, uma fábrica de processados de carnes na cidade de Zhoukou, província de Henan, na China. O investimento inclui mais R$ 210 milhões para adequações e expansão de linhas de produção, totalizando um projeto que dobrará a capacidade da planta para cerca de 60 mil toneladas anuais.
Com essa aquisição, a BRF se torna a primeira empresa brasileira de proteínas com uma unidade fabril na China, ampliando sua presença no maior mercado consumidor do mundo. A planta atenderá inicialmente o mercado chinês com produtos de frango e, futuramente, será expandida para incluir processados de bovinos e suínos, além de funcionar como um hub de exportação para outros países da Ásia.
Segundo Marcos Molina, presidente do conselho de administração da BRF e da Marfrig, o investimento marca uma nova fase de crescimento da companhia, respaldada por melhorias operacionais, diversificação geográfica e foco em produtos de valor agregado. A localização estratégica da unidade em Henan, uma província com mais de 100 milhões de habitantes e destaque logístico na China, reforça o potencial de mercado.
Além de atender o varejo com marcas como Sadia, que é a marca global da BRF, a unidade chinesa também será voltada para o food service, um segmento em expansão no país. A matéria-prima poderá ser fornecida por operações locais e pelas unidades da BRF e Marfrig no Brasil, Argentina e Uruguai, habilitadas para exportação ao mercado chinês.
A aposta na China é parte de uma estratégia maior de internacionalização, que já inclui operações no Oriente Médio, com plantas nos Emirados Árabes, Arábia Saudita e Turquia, além da produção de frango na Arábia Saudita, anunciada recentemente.
No terceiro trimestre de 2024, a BRF registrou lucro líquido recorde de R$ 1,137 bilhão, revertendo o prejuízo de R$ 262 milhões do mesmo período de 2023, e alcançou o menor nível de alavancagem de sua história, com 0,71 vez. Com esses resultados, a companhia sinaliza planos ambiciosos de intensificar investimentos em 2025, consolidando sua recuperação e expansão global.