O governo da Argentina excluiu a Bunge do sistema de registro de operadoras de grãos do país por supostas irregularidades fiscais. A medida, mais uma desfavorável aos exportadores de produtos agrícolas no país, poderá prejudicar a rentabilidade dos negócios da multinacional, ainda que não tenha poder de afetar o volume de suas exportações.
Desde o ano passado, o órgão tributário e aduaneiro argentino acelerou as investigações para detectar possíveis casos de evasão no setor, inclusive com a detenção temporária de funcionários de companhias. A punição à Bunge foi confirmada por um porta-voz da Administração Federal de Ingressos Públicos (Afip) e a companhia recorreu da decisão.
Com a perda do registro, a Bunge perde benefícios fiscais e passa a ter o transporte de mercadorias no país limitado. Daí porque está realizando suas compras de produtos já com o valor referente à entrega nos portos incluído, conforme explicou uma fonte do grupo que tem ações negociadas nos EUA.
“Nossas exportações estão garantidas”, afirmou uma fonte da Bunge, que é a segunda maior exportadora de grãos e derivados da Argentina, atrás da americana Cargill.
Para Ricardo Baccarin, da consultoria Panagrícola, as restrições terão consequências para a empresa, que será obrigada a utilizar corretoras em negociações.