O complexo avícola da C.Vale foi colocado em operação com duas grandes inovações: uma de natureza tecnológica e outra tributária. A produção comercial de frangos em ambientes climatizados foi à novidade em que a cooperativa apostou para atuar de maneira competitiva no segmento. Até 1997, nenhuma empresa brasileira utilizava a climatização de aviários para a criação de frangos em escala comercial. Daquele ano em diante, a tecnologia passou a ser adotada por outras empresas de integração avícola e acabou se consolidando.
Atualmente, grande parte da produção comercial de frangos ocorre em aviários climatizados. Em ambientes de temperatura controlada, a conversão de ração em carne melhora e a mortalidade diminui. “Quando você disputa mercado com gigantes, você precisa ser altamente eficiente, tem que buscar um diferencial. Foi isso que buscamos”, conta o presidente da C.Vale, Alfredo Lang. Ele acrescenta que o fato de a cooperativa produzir milho e soja, matérias primas para a ração, também ajudou a torná-la mais competitiva.
A segunda inovação foi o rateio do ICMS entre os municípios envolvidos no sistema de integração avícola C.Vale. Para viabilizar a implantação do projeto, a direção da cooperativa fechou acordo com prefeitos do oeste do Paraná prevendo a divisão do imposto conforme a produção de frangos de cada município.
Para viabilizar a medida, a Assembleia Legislativa precisou aprovar uma lei prevendo o rateio, já que o sistema tributário do Estado não previa essa possibilidade. Foi o primeiro caso de rateio de ICMS de uma indústria entre municípios brasileiros. O tributo é dividido por seis municípios do oeste paranaense.