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Alimentos

Com 100% da Solae, DuPont visa acelerar crescimento no mercado de ingredientes

Após assumir 100% da Solae, DuPont busca acelerar crescimento no mercado de ingredientes para a indústria de alimentos.

Estande de frutas em supermercado da rede Pão de Açúcar, no bairro do Butantã
Estande de frutas em supermercado da rede Pão de Açúcar, no bairro do Butantã

Menos de um mês depois do anúncio da compra do capital restante da Solae, empresa de alimentos à base de soja, o presidente global da DuPont Nutrição e Saúde chegou a Barueri (SP), onde está o centro de pesquisas da Solae no país, para conhecer seus colaboradores e anunciar as metas para o futuro. Craig Binetti não fala em números, como é o feitio da DuPont, mas não esconde as expectativas que tem para o setor. “O mercado de ingredientes para a indústria alimentícia cresce no mundo à média de 4% a 6% ao ano. No Brasil, de 7% a 9%. É um grande mercado para nós”, disse ele ao Valor, durante breve passagem pelo país.

O negócio fechado em 1º de maio, por US$ 440 milhões, parecia o desfecho natural para a joint venture criada pela DuPont e a Bunge em 2003 – na qual a primeira detinha 72% e a segunda, 28%. Mas veio na esteira de outra grande aquisição – a Danisco, empresa dinamarquesa de enzimas e ingredientes alimentícios, por US$ 5,8 bilhões -, o que mostra as intenções da multinacional química em avançar no mercado de alimentos e saúde. As aquisições permitiram à DuPont ingressar em um novo segmento da indústria, o dos aditivos alimentícios, e alinhar o seu posicionamento e busca de soluções aos desafios globais, como a oferta de alimentos. “Estamos muito comprometidos [em crescer nesse setor]”, afirma o executivo.

Segundo Binetti, a compra do capital restante da Solae será importante para dar a “velocidade” que a DuPont quer ao negócio. Inovação é a chave para bater a concorrência, e 60% dos US$ 2 bilhões destinados anualmente à Pesquisa & Desenvolvimento vão para a indústria de alimentos, que inclui a DuPont Nutrição e Saúde e a Crop Protection.

Do Brasil, a primeira promessa da unidade de negócios vem com o desenvolvimento de um creme de leite com 17% de gordura – redução de 25% sobre o creme de leite mais magro disponível do mercado. “Conseguimos isso sem alterar as características do produto”, diz Binetti, sem declarar o nome do cliente por questão de confidencialidade. “A tecnologia já está internamente comunicada para ser replicada [em outros países de operação da DuPont]”.

Com vendas globais de US$ 2,5 bilhões em 2011 e crescendo até 8% ao ano, a DuPont Nutrição e Saúde não descarta novas aquisições. “A gente está sempre olhando oportunidades porque essa é uma área de foco da empresa. Mas no momento, estamos digerindo essas duas incorporações”, afirmou Zacarias Karacristo, presidente da unidade no Brasil.