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Com preços altos, Cargill lucrou mais no Brasil em 2012

Grãos em alta em 2012 "turbinaram" os resultados da subsidiária brasileira da americana Cargill.

Com preços altos, Cargill lucrou mais no Brasil em 2012

A Cargill Agrícola, subsidiária brasileira da gigante americana do agronegócio, superou os reflexos das incertezas que dominaram a economia global e, ancorada em preços elevados de commodities como soja e milho, encerrou 2012 com resultados em geral melhores que os obtidos no ano anterior.

Segundo balanço publicado ontem, a empresa registrou receita operacional líquida consolidada de R$ 24,186 bilhões, 28,2% superior à alcançada em 2011, e lucro líquido atribuível aos acionistas controladores de R$ 404,1 milhões, 80,9% maior em igual comparação.
 

Além das turbulências externas, a empresa destacou que houve “mudanças importantes na condução da economia no país” que determinaram “um cenário de negócios bastante volátil e um tímido crescimento de 0,9% no PIB”, mas que “a diversidade nos segmentos de atuação e no portfólio de produtos, somada à experiência global da empresa em gerenciamento de riscos”, proporcionaram “condições de equilíbrio” para a condução dos negócios”.

No plano doméstico, a subsidiária brasileira da multinacional destacou que algumas medidas adotadas pelo governo ajudaram a amenizar os efeitos da desaceleração das economias europeia, americana e chinesa, entre as quais a redução da taxa básica de juros para 7,25%, iniciativas de estímulo ao crédito, cortes nos custos de energia e mesmo investimentos em infraestrutura.

Mas, como não poderia deixar de ser, a Cargill Agrícola reconheceu que o “efeito preços” foi fundamental. “A seca nos EUA, que afetou a produção de milho naquele país [na safra 2012/13], trouxe uma vantagem competitiva ao Brasil para exportação desta commodity. O volume de chuvas em tempo e quantidade adequadas para a produção de cacau também influenciaram em bons resultados para o mercado de chocolates e derivados de cacau”.

No balanço que publicou, a Cargill Agrícola informou, ainda, que apresentou melhora em seu índice de liquidez corrente – de 1,82, em 2011, para 2,00 em 2012 -, mas seu endividamento total aumentou 8% na comparação em virtude de investimentos realizados no ano passado.

Entre esses investimentos, a subsidiária elencou seu ingresso no mercado de biodiesel, com a inauguração de uma unidade de produção em Três Lagoas (MS), a expansão dos aportes nas joint ventures que mantém no segmento sucroalcooleiro, avanços nas áreas de consumo e de food service e a construção de uma refinaria de milho em Castro (PR).

A empresa informou que o volume de produtos agrícolas originados, processados no país e comercializados somou 24 milhões de toneladas em 2012, ante 22 milhões em 2011. Desse total, 81% foi destinado à exportação e 19% ao mercado interno, onde a empresa concentra as vendas de produtos processados de maior valor agregado.

Conforme a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os embarques da Cargill Agrícola totalizaram US$ 4,151 bilhões em 2012, 3,1% mais que em 2011. A empresa foi a sexta maior exportadora do país no ano, atrás de Vale (US$ 25,570 bilhões), Petrobras (US$ 22,110 bilhões), Bunge Alimentos (US$ 6,321 bilhões), BRF (US$ 5,188 bilhões) e Embraer (US$ 4,952 bilhões). No setor de agronegócios, portanto, perdeu apenas para Bunge e BRF.