O Grupo Belagrícola confirmou na última quinta-feira (21) a venda da Belafoods para a JBS Aves pelo valor de R$ 105 milhões, como foi antecipado pela Folha de Londrina essa semana. A aquisição passou pela aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e foi efetivada no dia 6 de agosto. Porém, as negociações foram fechadas ainda em junho, após apenas uma semana de conversas diretamente entre os donos das empresas.
A Belafoods, que entrou em operação no ano passado após a Belagrícola adquirir, em setembro de 2012 a Avebom, inclui a unidade industrial de abate de 200 mil aves, localizada em Jaguapitã (Norte), mais os produtos de varejo da marca Bela, a qual a JBS licenciou até dezembro de 2016. A negociação prevê ainda uma parceria entre a Belagrícola e a JBS no fornecimento de milho para a alimentação das aves de diversas plantas. “Eles vieram com um valor muito interessante, com bastante apetite”, resumiu o presidente da Belagrícola, João Andreo Colofatti, sobre a transação.
No papel, a conta é simples e lucrativa para a empresa paranaense. Entre aquisição, passivos e investimentos, a Belagrícola aplicou R$ 30 milhões na Belafoods e vendeu por R$ 105 milhões, um ganho de 250%. A diretoria da empresa não nega que ficou ressabiada quando a JBS ingressou no mercado do Estado, fazendo diversas aquisições, inclusive da Big Frango. A Belagrícola entrou em contato com a multinacional para saber como eles estavam trabalhando na região e não demorou muito para receberem uma proposta. “O cenário (do setor avícola) vai mudar muito nos próximos anos. Montamos o projeto em cima de uma lógica, mas tivemos que nos adaptar ao novo cenário criado pela JBS na região”, admitiu o vice-presidente da Belagrícola, Flavio Barbosa Andreo.
Apesar da JBS ter oferecido um valor praticamente irrecusável, a diretoria ressalta que o fornecimento de grãos para as plantas do grande player é o que verdadeiramente chamou a atenção no negócio. A partir de agora, entretanto, a Belagrícola não pode se aventurar novamente no setor avícola devido a clausulas contratuais. “Já estamos vendendo no dia a dia para a JBS, e o volume que iremos comercializar ainda não foi definido. Eles falaram em 650 mil toneladas (grãos), mas é algo que ainda estamos analisando e que acontecerá gradativamente. Não adianta iniciar com um volume e não conseguir atender”, explicou o vice-presidente.
Por fim, a Belagrícola confirmou que o valor adquirido será reinvestido na empresa, que possui uma conhecida política expansionista, e já conta com 38 unidades de recebimento de grãos e 53 filiais de insumo distribuídas por Paraná e São Paulo. Em 2014, a expectativa da Belagrícola é fechar com um faturamento de R$ 2,3 bilhões, um incremento de 8,4% frente ao ano passado. Para 2015, a previsão é do negócio fechar em R$ 2,7 bilhões.