A Danone confirmou o uso contínuo de soja brasileira em suas operações locais e internacionais, respeitando as regulamentações ambientais, conforme comunicado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) nesta segunda-feira (9). A declaração foi formalizada em uma carta enviada pela companhia francesa ao MAPA, assinada por Laurent Sacch, vice-presidente executivo da Danone, e Silvia Dávilla, presidente na América Latina.
No documento, a Danone destacou a importância da soja brasileira como um insumo essencial na produção de ração animal para sua cadeia de laticínios global. A empresa também pediu desculpas por possíveis mal-entendidos relacionados à sustentabilidade da soja brasileira, reforçando seu apoio às práticas agrícolas do país.
Reconhecimento à sustentabilidade brasileira
A carta enfatiza o compromisso do Brasil com a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável, destacando iniciativas para proteger a floresta amazônica e promover práticas agrícolas responsáveis. “Reconhecemos as associações comerciais e os agricultores brasileiros que se dedicam incansavelmente à sustentabilidade e à inovação no campo”, pontua o texto.
A Danone reiterou ainda seu compromisso com parceiros brasileiros, incluindo fornecedores, agricultores e consumidores, buscando fortalecer relações e apoiar a agricultura sustentável no país.
Contexto das declarações polêmicas
O comunicado acontece após declarações do diretor financeiro da Danone, Jurgen Esser, em outubro, afirmando que a empresa deixaria de comprar soja brasileira devido às exigências da nova regulamentação europeia contra o desmatamento (EUDR). A posição gerou repercussão negativa e levou a empresa a buscar um diálogo com o governo brasileiro.
Em novembro, um alto executivo da Danone tentou se reunir com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, para esclarecer as declarações e amenizar o impacto junto ao setor agropecuário.
Conciliação e perspectivas
Com a nova postura, a Danone busca reforçar seu alinhamento às práticas sustentáveis brasileiras, ao mesmo tempo em que atende às regulamentações internacionais. A carta representa um esforço para restaurar a confiança no relacionamento com o Brasil, reafirmando a relevância da soja nacional na cadeia produtiva global.