Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Empresas

Elanco busca desenvolver novos produtos no Brasil

Empresa defende modelo de inovação aberta e diz que investimento anual em pesquisa deve chegar a US$ 20 milhões até 2014.

A Elanco Saúde Animal, divisão veterinária do laboratório americano Eli Lilly & Co, vai ter uma unidade de pesquisa e desenvolvimento no Brasil. O objetivo inicial é desenvolver novas soluções para o mercado doméstico – onde a empresa espera dobrar sua participação nos próximos quatro anos -, mas que possam ser futuramente adotadas em escala global.

A multinacional não vai, porém, construir um único laboratório em terras brasileiras. Em vez disso, pretende replicar o modelo de “inovação aberta”, já adotado nos Estados Unidos. A ideia é montar uma rede de inovação em parceria com centros de pesquisa, universidades, empresas e agências de fomento.

“Os sistemas de rede, além de serem muito mais flexíveis e ágeis, nos dão uma possibilidade muito maior de descobertas do que concentrar toda a pesquisa em um único laboratório”, afirma William Weldon, vice-presidente global de P&D da Elanco.

A Elanco mantém redes de pesquisa nos EUA, União Europeia e China, além de grupos menores em países como Austrália, Japão e México. Nos EUA, o modelo foi adotado há cinco anos e conta com a participação de aproximadamente 120 grupos, entre empresas e instituições de pesquisa. “Tivemos um enorme aumento de produtividade nesse sistema”, afirma Weldon. No Brasil, a empresa ainda está prospectando parceiros.

Segundo o executivo, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento no Brasil deverão crescer progressivamente a partir de 2012 e atingir o nível de US$ 20 milhões anuais até 2014. Os primeiros produtos desenvolvidos aqui devem chegar ao mercado até quatro anos após o início das pesquisas.

Embora não forneça detalhes sobre as linhas de pesquisa, Weldon revela que a Elanco vai trabalhar em compostos voltados para doenças infecciosas e respiratórias, aumento da produtividade dos rebanhos e segurança alimentar do produto final. A empresa também quer estudar novas fontes para a obtenção de etanol de segunda geração.

A multinacional, com sede em Indiana (EUA), é uma das cinco maiores empresas do mundo em saúde animal, mas está apenas entre as 10 maiores no Brasil. Segundo Jose Cardenas, diretor de vendas e marketing para a região, a empresa deve abocanhar uma fatia de 8% do mercado local em 2011. “Nosso objetivo é chegar aos 18% em quatro anos, que é o patamar onde estão as empresas líderes”, afirma. Para isso, quer acelerar seu crescimento nos segmentos de carne bovina e animais de companhia – neste, a empresa ainda dá os primeiros passos no Brasil.

Atualmente, 40% das receitas no país vêm dos produtos para aves. Suínos e bovinos respondem por 30% das vendas cada. “No segmento de aves e suínos, os criadores já adotam o que há de mais moderno em tecnologias de produção. Mas na pecuária bovina ainda há muito espaço para crescimento, especialmente nos sistemas extensivos”, observa Weldon.

Em 2011, as vendas no país devem oscilar entre US$ 90 milhões e US$ 100 milhões, um crescimento de 13% a 16% em relação a 2010 – ritmo que os executivos esperam manter em 2012. O Brasil é o segundo maior mercado da Elanco, que faturou globalmente US$ 1,39 bilhão em 2010. Mais da metade da receita ainda vem dos EUA.