O grupo ambientalista Environmental Working Group (EWG) entrou com uma ação judicial contra a Tyson Foods, acusando a empresa de enganar os consumidores ao prometer alcançar emissões líquidas zero até 2050 e de comercializar carne como ecologicamente correta sem um plano substancial para atingir essas metas. O processo foi apresentado no Tribunal Superior de DC, em Washington, na última quarta-feira. A Tyson ainda não se manifestou sobre o assunto.
Importância do Caso
A produção pecuária é responsável por aproximadamente 14,5% das emissões antropogênicas de gases de efeito estufa em nível global, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). O gado, em particular, representa 65% dessas emissões. Como uma das maiores empresas de processamento de carne dos Estados Unidos, a Tyson afirma ser responsável por 20% da produção de carne bovina, suína e de frango do país, sendo a produção de carne bovina a principal fonte de suas emissões.
Contexto e Alegações
Em 2021, a Tyson anunciou sua meta de atingir emissões líquidas zero até 2050, citando medidas como o aumento do uso de energia renovável e a eliminação do desmatamento em sua cadeia de suprimentos. A empresa também promove uma marca de carne “amiga do clima”, alegando uma produção com 10% menos emissões do que a carne bovina convencional.
O EWG, entretanto, argumenta que a Tyson não forneceu um plano detalhado e rigoroso para alcançar essas metas de zero emissões líquidas ou para a produção de carne bovina com menor emissão. Dessa forma, a organização alega que a empresa está enganando os consumidores com alegações de sustentabilidade sem respaldo concreto.
Declaração Importante
“Esse tipo de alegação de greenwashing está aumentando, e os consumidores têm o direito de saber a verdade sobre suas escolhas alimentares,” afirmou Carrie Apfel, advogada da Earthjustice, durante uma entrevista coletiva. A Earthjustice está representando o EWG no processo, em parceria com o Animal Legal Defense Fund, a Edelson PC e a FarmStand.
Esta ação judicial destaca a crescente preocupação com as práticas de “greenwashing”, onde empresas fazem alegações infundadas ou exageradas sobre os benefícios ambientais de seus produtos, induzindo os consumidores a acreditarem que estão fazendo escolhas mais sustentáveis do que realmente estão.