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Kraft é repreendida por promessa não cumprida na compra da Cadbury

Comissão de Aquisições do Reino Unido censurou o grupo alimentício americano ter prometido salvar a fábrica de Somerdale.

A Kraft Foods foi repreendida pelo órgão de supervisão das fusões no Reino Unido por ter feito promessas que não conseguiu cumprir em sua oferta de compra de 11,7 bilhões de libras esterlinas (US$ 16,9 bilhões) pela Cadbury neste ano.

A Comissão de Aquisições do Reino Unido censurou o grupo alimentício americano ter prometido salvar a fábrica de Somerdale, localizada no oeste da Inglaterra, de fechar as portas quando não tinha conhecimento dos detalhes sobre como a Cadbury estava adiantada na transferência de produção da fábrica para a Polônia.

O anúncio da Kraft de que teria de fechar a fábrica, apenas sete dias após ter tomado o controle da fabricante de doces britânica, tornou-se foco de um sentimento de antiglobalização entre a população no Reino Unido.

“A Kraft não deveria fazer declarações da forma que fez, dentro de um cenário em que desconhecia os detalhes sobre fechamento pela Cadbury”, ressaltou a comissão em comunicado.

A transação entre Cadbury e Kraft foi uma das maiores aquisições – e um das mais veementemente contestadas – no Reino Unido nos últimos anos. Os funcionários se opuseram à ideia de serem absorvidos por uma companhia dos Estados Unidos.

A Kraft, cujos negócios são centrados principalmente nos EUA, mostrou-se ávida por explorar a forte presença da Cadbury na Índia e em outros países em desenvolvimento, para ampliar a sua abrangência mundial.

É improvável que a posição da Comissão de Aquisições tenha muito impacto no grupo de alimentos americano, porque não foi acompanhada de multas e evidencia os limites da agência supervisora. Pode, no entanto, encorajar os políticos britânicos a conseguir mais promessas de manutenção de empregos, agora que a comissão espera que os compromissos sejam mantidos.

A Kraft destacou que o órgão regulador concluiu que a empresa havia agido de boa-fé e decidiu não multá-la. “Lamentamos que, uma vez que tivemos as informações completas, não era viável manter a unidade de Somerdale aberta, como havíamos acreditado. Achamos que é melhor para todos deixar essa questão para trás.”, informa em nota.

A comissão também criticou o banco de investimento Lazard, que assessorou a Kraft na compra da Cadbury, argumentando que a empresa “deixou de cumprir integralmente suas responsabilidades”. Informou, contudo, que a conduta da instituição “não foi suficiente para merecer crítica pública”. O Lazard não comentou as informações.