Demonstrando que a apresentação diferenciada de um produto é fundamental para seu conceito junto ao consumidor, o gerente global do produto Carophyll, Fernando Cisneros, fez ele mesmo uma palestra diferente na cidade de Bastos (SP), no dia 26 de novembro. Em vez de simplesmente divulgar para os avicultores e técnicos da região o pigmentante Carophyll, da DSM, empresa da qual é executivo internacional, Cisneros demonstrou, de forma instigante, como o ovos são comercializados em diversas regiões do mundo e por que eles conquistam um público cada vez mais cativo e diversificado.
Em Bastos, Cisneros teve a missão de apresentar aos avicultores e técnicos avícolas a valorização do ovo pelo consumidor quando a gema tem uma pigmentação amarela mais acentuada, muitas vezes próxima da cor alaranjada. O pigmentante que a DSM oferece ao mercado é o Carophyll, produto acrescentado à ração das aves para garantir o tom de amarelo que o produtor quer alcançar, decisão que ele toma de acordo com o que seu mercado exige.
Na Suíça, onde mora, o nutricionista e veterinário Fernando Cisneros acostumou-se a ver crianças indo à escola com ovos na mochila. Mas não qualquer ovo. Tratam-se de ovos cozidos, de cascas coloridas, cores vibrantes, com durabilidade de um mês, acondicionados em embalagens vistosas. São sempre ovos menores, pois assim ficam mais atraentes para as crianças e ajudam o produtor a ampliar seu público e as vendas, já que os ovos pequenos ganham um bom mercado.
Para colaborar nessa cadeia promocional do ovo, as mães adoram a ideia de poder colocar os ovos na lancheira das crianças, pois são lanches práticos e nutritivos. E as crianças também gostam porque são ovos saborosos, muito bonitos e lúdicos.
“Mais cor ao mundo”
José Francisco Miranda Jr., gerente do Carophyll no Brasil, pouco antes da palestra, falou da proposta do produto. “Os dados comprovam: a cor do alimento importa, sim. Os ovos com gema mais amarela são mais valorizados”. Sua afirmação foi sendo comprovada ao longo da palestra de Cisneros, que apresentou as várias pesquisas que demonstram a correlação entre a cor da gema e a preferência do consumidor. Pode variar o tom do amarelo ou do alaranjado, mas é certo que os ovos com gema mais colorida são mais procurados e, por isso mesmo, podem ser vendidos com um preço melhor.
Além dos ovos–lanche coloridos, sucesso entre as crianças na Suíça, o palestrante falou sobre os quiosques de pastel com ovo no Japão, muito populares por lá; sobre a superstição chinesa de que os ovos devem ser embalados em caixas e estojos com cores vibrantes, como o vermelho, que é para levarem sorte e saúde; observou que na Áustria todos os ovos postos à venda são orgânicos. Foi um chef de um hotel em Viena que garantiu a Cisneros que nunca se deve comprar ovos de fora da própria região, que é para garantir maior frescor. Por lá, naturalmente os ovos têm valor bastante elevado, mas não tanto quanto na Suíça e no Japão, onde, segundo o executivo da DSM, os preços do produto são os mais elevados do mundo.
O palestrante rasgou elogios aos investimentos em marketing que os produtores mexicanos fazem de seus produtos, com campanhas massivas de divulgação de seus produtos. Da Colômbia, destacou a excelência de algumas granjas que atuam também com marketing diferenciado, com linhas de ovos diversas, algumas delas dirigidas a públicos específicos, como as crianças, criando forte empatia entre a marca e os consumidores.
No Brasil
Sobre o Brasil, porém, Cisneros lamentou não ter nada de especial a dizer sobre a forma como os produtores brasileiros promovem seus produtos, seja na mídia, nos supermercados ou em geral. “Visitei muitas granjas e vi que os senhores são excelentes produtores de ovos, são especialistas nisso. Porém, ao ir a supermercados no Brasil, não pude ver nada de diferente para promover esse ovo que os senhores produzem tão bem. Fico triste também quando estou no Brasil e vejo que nos hotéis onde me hospedo nunca há um tratamento diferente aos ovos servidos nos bufês durantes as refeições”, destacou, lembrando que, por exemplo, no café da manhã está lá sempre um mexido de ovos, mas nunca algo mais elaborado, nem mesmo uma omelete feita na hora ou um ovo quente no ponto, solicitado pelo hóspede. “Em bons hotéis pelo mundo há sempre um chef especializado em preparar ovos sofisticados aos clientes. Precisamos de algo assim também no Brasil, por que não?”, instigou.
Cisneros defendeu junto aos avicultores que quanto mais ações de valorização e divulgação do ovo junto ao consumidor brasileiro, maior será a vantagem para quem produz. “Devemos trabalhar de forma a que os ovos sejam mais valorizados. Não devemos nos preocupar em vender ovos mais baratos, mas sim em trabalhar bem o produto ovo para poder vendê-lo com preços maiores”, defendeu o gerente global da DSM.
O evento técnico realizado em Bastos teve o apoio da ATM Bastos, de André Morio, que representa a DSM na região da Capital do Ovo. Cisneros visitou a região acompanhado do gerente da área de Carotenóides no Brasil, José Francisco Miranda Jr., além de membros da equipe Tortuga, empresa integrada recentemente ao grupo DSM.