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Embrapa

País rejeita integração com multinacionais da agricultura, afirma ministro

Embrapa teve neste ano 27% do orçamento de R$ 320 milhões contingenciados

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, disse nesta quarta-feira (26/07) que Brasil precisa ter tecnologias próprias, públicas, para desenvolver a agropecuária. “Não queremos, não desejamos e não vamos aceitar ser integrados a multinacionais da agricultura”, afirmou o ministro na cerimônia de posse dos novos diretores executivos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), nesta quarta-feira na sede do ministério.

 “Claro que não posso barrar as fusões, não posso barrar o que a iniciativa privada faz. O que podemos fazer, como governo, é a mesma coisa que eles fazem: pesquisar, investir, correr atrás”, disse Maggi em discurso. Segundo o ministro, o papel da Embrapa é desenvolver novas tecnologias que, como tecnologias públicas, são de baixo custo para o produtor, em comparação com tecnologias internacionais. “Eu, como agricultor, como ministro, não desejo que nenhum agricultor, nem o país, fique subordinado a uma única tecnologia, ou a meia dúzia de empresas. O Brasil precisa reagir, precisa fazer o seu papel nessa área”, enfatizou.

Criada em 26 de abril de 1973 e vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a Embrapa é uma empresa de inovação tecnológica focada na geração de conhecimento e tecnologia para a agropecuária brasileira, reconhecida nacional e internacionalmente.

Um cenário de crise econômica, a Embrapa teve neste ano 27% do orçamento de R$ 320 milhões contingenciados. “Não tem como sonhar alto neste momento, com grandes mudanças na Embrapa, de grandes transformações de campo. Mas, no momento em que você hiberna, que não tem muita energia a gastar, é tempo de planejar o futuro também. Eu quero estimular a Embrapa”, ressaltou o ministro.

 “É um momento difícil para o país – estamos vivendo um momento de crise, mas os momentos de crise podem ser momentos de oportunidade”, afirmou o presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes.

Sobre os rumos da agropecuária, Lopes disse que a empresa trabalha há 30 anos em um modelo de agricultura integrada. “Com integração de lavoura com pecuária, com floresta. É uma agricultura de baixo carbono, de baixo impacto, baixo custo em termos de recurso natural, que vai empoderar os nossos produtores para competirem mais, entregarem mais valor para a sociedade.”

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apesar da crise, o setor agropecuário teve um avanço de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano. O PIB do setor cresceu 13,4% na comparação com o último trimestre do ano passado, no melhor desempenho em termos trimestrais desde 1996.

Em termos de geração de empregos, a agropecuária teve o melhor saldo (diferença entre admissões e demissões) entre os setores econômicos, com 36.827 novos postos, conforme os últimos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Além da agricultura, apenas a administração pública teve saldo positivo, de 704 novos postos. Os demais setores tiveram mais demissões.

Tomaram posse nesta quarta-feira os novos diretores executivos de Administração e Finanças, Lúcia Gatto, de Pesquisa e Desenvolvimento, Celso Luiz Moretti, e de Transferência de Tecnologia, Cleber Oliveira Soares.